O Conselho Monetário Nacional definiu a meta de inflação para 2026 em 3%, com bandas de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais e para menos. O CMN também alterou o sistema de perseguição à meta, passando de ano calendário para meta contínua a partir de 2025.
O órgão composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ratificou as metas já definidas para 2024 e 2025 de 3%.
A decisão mais importante da reunião, por tanto, acabou sendo a alteração no sistema de prestação de contas e no prazo que o BC tem para levar a inflação (FX:BRASELIC) para dentro da meta caso haja um rompimento da margem de tolerância — seja ela para cima ou para baixo. “Todas as decisões foram unânimes”, afirmou Haddad, em coletiva. “Estamos nos alinhando às melhores práticas.”
A meta passará a ser perseguida todos os meses, e não mais apenas em dezembro de cada ano. Além disso, o prazo para que a inflação volte para a meta passará de 12 meses para 18 meses. Há a possibilidade de que esse prazo seja dilatado para 24 meses.
A decisão foi anunciada pelo presidente do comitê, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Meta de inflação, eu anunciei ao CMN e explico porque é ato prerrogativa do presidente mudança no regime em relação ao ano-calendário, conforme já discutido com sociedade, já tinha manifestado minha simpatia por uma mudança desse padrão que só se verifica em dois países, dentre os quais o Brasil, adotaremos meta contínua a partir de 2025, decidimos manter a meta a luz dos indicadores econômicos”, afirmou.
A inflação oficial do país é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); A meta de inflação é definida pelo CMN. Cabe ao Banco Central perseguir a meta de inflação; A taxa básica de juros — chamada de Selic — é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. Com reuniões mensais, o CMN também é composto pela ministra Simone Tebet (Planejamento) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Haddad vinha defendendo a mudança no sistema de metas. Na quarta-feira (28), disse a jornalistas que levaria a discussão à reunião do CMN. “[Vamos discutir] se é o caso ou não de tomar essa decisão sobre padronizar em relação ao resto do mundo o programa de metas de inflação do Brasil, que é sui generis, só no Brasil e mais outro país, acho que Turquia, que usa meta calendário”, afirmou.
Mais cedo, nesta quinta, Campos Neto disse que um estudo do Banco Central mostrou que a meta contínua seria “mais eficiente”. “Em alguns momentos da história, o governo ficou preocupado em estourar a meta em um ano específico e acabou tomando medidas no final do ano que fizesse com que aquela inflação caísse de forma pontual e que gerou uma alocação de recursos que não era a mais eficiente do ponto de vista econômico. E grande parte dos países não tem meta de ano-calendário.”