O Grupo GPA celebrou uma transação de Sale and Leaseback, que consiste em vender e depois arrendar imóveis vendidos.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:PCAR3) nesta segunda-feira (19).
Foi feita a assinatura de um Instrumento Particular tendo como objeto a venda de 11 lojas próprias de supermercados do GPA a um fundo privado, cada uma composta por um ou mais imóveis, com valor total de R$ 330 milhões.
As partes celebrarão contratos de locação para cada um dos imóveis.
Os contratos de locação serão celebrados com prazo inicial de 15 anos, com exceção de 3 lojas que serão locadas com prazo inicial de 18 anos, renováveis por um prazo adicional de respectivo igual período, assegurando a continuidade das operações do GPA nas lojas em condições financeiras sustentáveis, com um cap rate inferior a 9%.
“A operação faz parte do plano de redução da alavancagem financeira da companhia ao longo de 2023 e 2024, contribuindo para a redução da dívida líquida e reforço da sua estrutura de capital”, explicou o GPA.
Ainda dentro do contexto do plano de redução da alavancagem, o GPA destacou que espera concluir a venda de ativos não core; melhorias operacionais que resultarão na meta de margem EBITDA ajustada de 8% a 9% em 2024, conforme projeção divulgada por meio de fato relevante em 07 de dezembro de 2022; redução do excesso do estoque das lojas; e a venda na participação do Grupo Éxito após o processo de segregação em curso.
VISÃO DO MERCADO
JP Morgan
No geral, o JPMorgan avaliou notícia como positiva, uma vez que o plano de desinvestimento anunciado está avançando considerando a alta alavancagem de 5,6 vezes dívida líquida ajustada / Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para o ano fiscal de 2023.
No entanto, analistas do JPMorgan destacam que os recursos de R$ 330 milhões representam apenas 5% da dívida financeira bruta até o 1T23 (primeiro trimestre de 2023) e 10% da dívida líquida financeira ajustada para o ano fiscal de 2023, o que potencialmente mantém a alavancagem ainda alta em 5 vezes.
Além disso, a transação deve aumentar os custos de ocupação em cerca de 10 pontos base em relação à estimativa de cerca de 4,5% das vendas líquidas para o ano fiscal de 2023, assumindo uma taxa de capitalização de 9%. Com a ação sendo negociada a 8,5 vezes o EV (valor da firma)/Ebitda para 2023, o JPMorgan mantém recomendação neutra para PCAR3.
Informações Financenews