A inflação na zona do euro esfriou mais do que o esperado em junho, levando alguns especialistas a concluir que o atual ciclo de alta dos juros do Banco Central Europeu está chegando ao fim. Estimativas preliminares mostraram que a inflação da zona do euro desacelerou acentuadamente para 5,5% em junho, de 6,1% em maio, ligeiramente abaixo da previsão de consenso de 5,6%. Mês a mês, os preços ao consumidor na região subiram 0,3%.
Os dados foram divulgadas pelo Eurostat na sexta-feira (30).
Com base nos dados do Eurostat, a queda foi impulsionada principalmente pela queda contínua nos preços da energia. Enquanto isso, alimentos, álcool e tabaco foram os principais contribuintes para a leitura mais recente, embora o crescimento anual dos preços do segmento tenha desacelerado para 11,7%, de 12,5% no mês anterior. O valor da inflação de junho reflete também a evolução ascendente dos preços dos bens e serviços industriais não energéticos.
Excluindo energia, alimentos, álcool e tabaco, a inflação anual da zona do euro aumentou de 5,3% para 5,4%, abaixo da estimativa de analistas de 5,5%. Na comparação mensal, o núcleo de preços ao consumidor subiu 0,3%.
Enquanto Espanha, Itália e França registraram quedas significativas em suas respectivas taxas de inflação, a Alemanha, maior economia do bloco monetário, viu o crescimento de seus preços ao consumidor acelerar pela primeira vez em quatro meses. A Daiwa Capital Markets observou que o aumento foi em grande parte impulsionado por efeitos básicos ligados aos descontos nas tarifas de transporte público da Alemanha e um peso maior para pacotes turísticos.
Esse efeito de base, disse Daiwa, provavelmente manterá a alta inflação de serviços da Alemanha nos “próximos meses”. Como resultado, o núcleo da inflação anual da zona do euro permanecerá próximo a 5,5% até setembro, justificando um maior aperto da política monetária por parte do BCE.
No entanto, mesmo com a crescente possibilidade de um aumento da taxa de juros em setembro, TS Lombard disse que é um “ponto relativamente discutível nesta fase”, citando o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, no fórum anual de bancos centrais em Sintra, Portugal, no início desta semana. “A mensagem de Sintra: o ciclo de alta do BCE está chegando ao seu pico e o foco muda para a ‘segunda fase’ de aperto – persistência de taxas restritivas e redução do excesso de liquidez”, escreveu TS Lombard em nota de quinta-feira.
“Em outras palavras, o que importa para os investidores é que: (i) o BCE está se aproximando do fim de seu ciclo de alta (se está a uma ou duas altas da taxa de pico é um ponto relativamente discutível nesta fase); e ( ii) isso não significa diminuir o controle sobre a economia, especialmente porque uma inflação mais branda elevará as taxas reais”, mostrou a nota.
Os números finais da inflação de junho serão publicados em 19 de julho.
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