Ásia fecha em baixa, com dados de inflação do Japão e rebelião russa

Nos mercados asiáticos, as bolsas chinesas registraram baixas expressivas na volta do feriado prolongado, refletindo os temores de recessão global que derrubaram os mercados globais na semana passada e fatores domésticos.

Pressionada por ações de tecnologia, Xangai caiu ao menor nível em cinco meses, com relatos de que as viagens do feriado ficaram abaixo dos níveis pré-pandemia apontando fraqueza no consumo e um novo rebaixamento da projeção do PIB da China neste ano, desta vez pela S&P Global (de 5,5% para 5,2%).

Em Hong Kong caíram também os papéis de consumo e imobiliários.

A bolsa de Tóquio fechou abaixo dos 33 mil pontos, refletindo o sentimento global de incerteza após a insurreição militar contra Vladimir Putin no fim de semana, que derruba ações de defesa pelo mundo.

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Confira os destaques dos principais mercados asiáticos:

🇨🇳 China 

As ações da China continental caíram após o retorno de um feriado de dois dias, com o índice de Shanghai fechando em queda de 1,48%, para 3.150 pontos, na quarta perda diária consecutiva.

Os gastos com viagens no continente durante o festival Dragon Boat ficaram aquém dos níveis pré-pandemia, ressaltando uma desaceleração no consumo, disse a Reuters. Consumo cíclico, tecnologia, materiais básicos e finanças pesaram sobre o índice, com quedas iniciais de Fabricação de Semicondutores (-3,6%), Trip.Com (-2,6%), Shenzhou Intl. (-2,2%), Li Ning (-2,1%) e Galaxi Entertainment (-1,8%).

🇭🇰 Hong Kong

As ações caíram 67 pontos, ou 0,36%, para 18.823 pontos, no início do pregão desta segunda-feira, recuando pela quinta sessão enquanto se aproximam de seu nível mais baixo em quase três semanas, em meio a renovadas preocupações com o impacto dos ciclos de aperto monetário nas perspectivas de crescimento global.

Os investidores também estavam em alerta depois que um motim abortado na Rússia no fim de semana levantou questões sobre o controle do presidente Vladimir Putin no poder.

🇰🇷 Coreia do Sul

O mercado fechou em alta de 0,47% para fechar em 2.582,2. A produção industrial de Cingapura Produção manufatureira de Singapura em maio de 2023 em relação ao ano anterior, sua taxa de declínio mais rápida desde fevereiro de 2013. Excluindo a fabricação biomédica, a produção caiu 13% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em uma base mensal ajustada sazonalmente, a produção industrial diminuiu 3,9% em maio e, se excluída a fabricação biomédica, a produção diminuiu 8% na comparação mensal.

O índice de preços ao consumidor de Cingapura, por sua vez, subiu 5,1% na comparação anual em maio, abaixo dos 5,5% esperados pelos economistas consultados pela Reuters e o menor desde março de 2022.

🇯🇵 Japão 

Os mercados fecharam em queda de 0,25%, a 32.698,81 pontos, pela terceira perda diária consecutiva.

O iene japonês desvalorizou mais de 143 por dólar pela primeira vez em mais de sete meses, levando o principal diplomata monetário Masato Kanda a alertar que o governo “não está descartando nenhuma opção” quando questionado se as autoridades estão prontas para intervir no mercado.

Ele acrescentou que a desvalorização da moeda em relação ao dólar é “rápida e unilateral” e que a volatilidade excessiva “não é boa” para a economia. O Japão realizou intervenções cambiais pela última vez em setembro e outubro do ano passado, quando o iene caiu para uma baixa de 32 anos de quase 152 por dólar.

O iene vem enfraquecendo desde março, em meio a uma divergência cada vez maior na política monetária entre o Japão e os EUA. Embora o Banco do Japão tenha optado por manter as taxas de juros ultrabaixas e não fazer nenhum ajuste em sua política de controle da curva de juros até o momento este ano.

A inflação do Japão em maio diminuiu ligeiramente para 3,2% em relação ao ano anterior, abaixo dos 3,4% de abril, mas ainda acima da meta de 2% do BOJ. O núcleo da inflação de maio ficou ligeiramente acima dos 3,1% esperados por economistas consultados pela Reuters.

🇦🇺 Austrália

Na Oceania, o S&P/ASX 200 da Austrália, o índice caiu 0,29% e fechou aos 7.078,7 pontos, puxado pelas ações de energia e marcando seu quarto dia consecutivo de perdas.

Nova Zelândia, o NZX 50 caiu 98,87 pontos, ou 0,84%, para terminar em 11.638,68, estando na tendência de baixa pela terceira sessão consecutiva, enquanto permanece em seu nível mais baixo em quase duas semanas, pressionado por perdas de saúde, manufatura, minerais não energéticos e finanças.

Operadores estavam em baixa após uma sessão fraca em Wall Street na sexta-feira, à medida que aumentavam as preocupações de que os bancos centrais terão que aumentar as taxas de juros para esfriar a inflação.

Os investidores também ficaram atentos aos efeitos do motim abortado na Rússia no fim de semana, em meio a sinais claros de que o presidente Putin está enfraquecido.