A Petrobras desconsidera fazer uma oferta para comprar o resto das ações que ainda não possui da petroquímica brasileira Braskem, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
O motivo de não lançar uma oferta pela participação remanescente é de que a petrolífera estatal, que já detém 36,1% do capital da Braskem, não quer consolidar em seu balanço os US$ 9,8 bilhões em dívida da Braskem, disseram as fontes, pedindo para não serem identificadas porque a decisão ainda não é oficial nem pública.
A Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) também descarta uma oferta de compra porque isso transformaria a Braskem em uma estatal e esse não é o plano, segundo as fontes.
A petroquímica brasileira Unipar Carbocloro (UNIP6) fez uma oferta em 10 de junho para adquirir uma participação de 34,4% na Braskem do maior acionista da empresa, a Novonor, por R$ 10 bilhões. A proposta concorre com outra feita conjuntamente pela Abu Dhabi National Oil Co. e pelo Apollo Global Management para adquirir todas as ações da Braskem, incluindo as da Petrobras, por mais de R$ 37,5 bilhões.
Embora a Petrobras detenha 47% das ações com direito a voto da Braskem, ante 50,1% da Novonor, as empresas têm um acordo de acionistas que dá à gigante estatal do petróleo o direito de preferência no caso de qualquer oferta de compra. A Petrobras não planeja exercer esse direito, disseram as pessoas.
A Petrobras ainda não decidiu qual é a melhor oferta, acrescentaram as pessoas, e está deixando a Novonor e seus credores para liderar as negociações com os licitantes.
A Novonor detém uma participação de 38,3% na Braskem e essas suas ações estão nas mãos dos credores depois de terem sido dadas como garantia em empréstimos de R$ 14 bilhões que não foram pagos depois que a Novonor, ex-Odebrecht, se envolveu em uma das maiores investigações de corrupção da América Latina chamada Lava Jato.
Os recursos de qualquer venda da participação da Novonor na Braskem (BOV:BRKM5) devem ser usados para pagar a dívida com os credores.
A Petrobras não quis comentar para além de um comunicado de 13 de junho, onde disse que ainda não há decisão e acrescentou que “atuar no setor petroquímico é um dos elementos estratégicos do plano estratégico de 2024-2028 da empresa”.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse na quarta-feira em Brasília que a decisão de aumentar ou não sua participação na Braskem será tomada “quando acharmos que devemos”.