A gigante petrolífera britânica, Shell (NYSE:SHEL), anunciou na quinta-feira (27) uma significativa redução no lucro do segundo trimestre em relação ao ano anterior, atribuindo o declínio aos preços mais baixos dos combustíveis fósseis e margens de refino. O lucro ajustado no período de três meses encerrado em junho foi de US$ 5,1 bilhões, ficando abaixo das expectativas dos analistas de US$ 6 bilhões, de acordo com estimativas da Refinitiv.
A Shell também é negociada na B3 através do ticker (BOV:RDSA34).
Comparado ao mesmo período do ano passado, quando registrou lucro ajustado de US$ 11,5 bilhões, e aos primeiros três meses de 2023, com lucro de US$ 9,6 bilhões, a queda no lucro do segundo trimestre foi notável.
Apesar do cenário desafiador, a Shell tomou medidas para beneficiar seus acionistas, aumentando o dividendo trimestral em 15%, para US$ 0,33 por ação. Além disso, anunciou um programa de recompra de ações no valor de US$ 3 bilhões, planejado para ser concluído nos próximos três meses.
O CEO da Shell, Wael Sawan, enfatizou o compromisso da empresa com a transição energética equilibrada, visando criar mais valor com menos emissões. No entanto, a empresa enfrenta críticas de ativistas climáticos por não adotar cortes mais significativos na produção de petróleo e gás. A Shell mantém a produção atual de petróleo até o final da década, enquanto reafirma sua meta de se tornar neutra em carbono até 2050.
A queda nos lucros não afetou apenas a Shell; outras empresas petrolíferas como TotalEnergies e Equinor também relataram ganhos mais fracos do que o esperado, influenciados pela pressão sobre os preços das commodities. O setor de energia continua enfrentando desafios, e os resultados de outras grandes empresas, como BP, Exxon Mobil e Chevron, estão sendo aguardados nos próximos dias.
Embora a Shell esteja comprometida com investimentos em projetos de baixo carbono, a empresa enfatizou a necessidade de equilibrar o retorno aos acionistas com as metas climáticas. A reunião geral anual da empresa em maio foi marcada por protestos de ativistas climáticos, destacando a crescente pressão para que as empresas de petróleo se alinhem com uma transição energética mais sustentável.