O tom de cautela prevalece entre os investidores, que avaliam os efeitos do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch Ratings sobre os mercados de títulos, ações e moedas. A expectativa pelos balanços da Apple (AAPL) e da Amazon (AMZN) também pesa, assim como a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) sobre os juros.
Os futuros de índices dos EUA e as bolsas europeias operavam em queda. Na Ásia, o fechamento foi misto, com ganhos em Shanghai.
O mercado acionário se desfaz parte dos ganhos do rali deste ano, enquanto os títulos do Tesouro dos EUA aprofundavam o declínio de seu valor nominal, elevando os prêmios para o patamar mais alto no ano. O movimento responde aos dados mais fortes de emprego no setor privado dos EUA, que adicionaram 324.000 trabalhadores em julho, ante previsão de 190.000.
Também contribui para esse aumento dos prêmios o fato de o Tesouro avisar, logo após o rebaixamento dos EUA pela Fitch Ratings, que emitirá US$ 103 bilhões em títulos na próxima semana, um pouco mais do que o previsto.
O rendimento do título norte-americano para 10 anos subia, para 4,145% às 6:35 (horário de Brasília). Entre as divisas, a libra e o euro se depreciavam em relação ao dólar.
Em outros mercados, os contratos de petróleo WTI, o ouro recuavam, enquanto o bitcoin se mostrava estável.
No Brasil, os agentes financeiros vão repercutir a decisão do Banco Central de cortar os juros em 50 pontos-base, de 13,75% para 13,25%, em uma decisão não unânime. O mercado deve receber bem a decisão não só pelo corte, mas principalmente pelos indicativos de novos cortes de mesma magnitude no futuro e pelo voto do presidente Roberto Campos Neto, que acabou desempatando a decisão a favor de uma redução maior.
No quesito indicadores, a agenda é relativamente mais fraca no dia, com a divulgação dos PMIs composto e de serviços de julho pela S&P Global, às 10h, que têm consensos de 51,2 e 52,3, respectivamente.
Na agenda corporativa, os investidores aguardam os números do Banco Pan, antes da abertura, enquanto a Ambev já divulgou os resultados do segundo trimestre. No período, a cervejaria teve um lucro líquido de R$2,59 bilhões, praticamente em linha com o consenso, de R$2,64 bilhões.
Mais tarde, após o fechamento do pregão, serão divulgados os resultados do Bradesco, Lojas Renner, Vamos, Cemig, Petrobras, Alpargatas, CCR, Fleury, Tegma, Log e AES Brasil.
Na Europa, a queda é mais acentuada pela expectativa de mais aumento de juros no Reino Unido e por alguns balanços e previsões de empresas como o da alemã Infineon. As ações da fabricante de chips recuavam mais de 7% após previsões decepcionantes. No caso da Lufthansa, a queda é justificada por preocupações com dívidas e custos mais altos.
Na madrugada, a leitura final dos PMIs de serviços europeus de julho veio com desaceleração, mas ainda em expansão (acima de 50 pontos): em linha com a projeção no Reino Unido (de 54,1 pontos em junho para 52,3 em julho), levemente melhor na Alemanha (de 54,1 em junho para 52,3) e abaixo da projeção na zona do euro (de 52 em junho para 50,9).
Balanços na Europa
▪️AB Inbev; Cervejeira reporta lucro líquido de US$ 339 milhões no 2º Tri 23, bem abaixo do ganho no mesmo período do ano passado; Ebtida recuou para US$ 4,91 bilhões ante US$ 5,1 bi no ano anterior
▪️Société Générale: Banco anuncia lucro líquido de 900 milhões de euros no 2º Tri 23 ante prejuízo de 1,51 bi de euros em igual período do ano passado; ação subia 1,7% durante a madrugada na Bolsa de Paris
▪️Lufthansa: Aérea informa lucro líquido de 881 milhões de euros no 2º Tri 23, bem mais do que o ano anterior; ação da empresa caía 3% na Bolsa de Frankfurt na madrugada
▪️ING: Banco reporta lucro líquido de 2,155 bilhões de euros no 2º Tri 23, mais do que o valor apurado no mesmo período do ano passado; na madrugada, a ação subi 1% na Bolsa de Amsterdã