O crescimento do lucro da Anheuser-Busch InBev NV (NYSE:BUD) surpreendeu positivamente os analistas, pois a queda nas vendas nos EUA devido a um fiasco de marketing da Bud Light foi compensada pela força em outros mercados importantes.

A Anheuser-Busch InBev NV também é negociada na B3 através do ticker (BOV:ABUD34).

No segundo trimestre, os lucros aumentaram mais de 20% no Brasil, China e Colômbia, contrabalançando a queda de 28% nos EUA. O crescimento das vendas globais também ficou um pouco acima das estimativas, e a empresa manteve sua previsão de lucro para 2023. Como resultado, as ações da AB InBev subiram até 3% no pré-mercado de quinta-feira.

A AB InBev relatou ganhos subjacentes de 72 centavos por ação no trimestre até o final de junho, com receita de US$ 15,12 bilhões.

A cervejaria, a maior do mundo, enfrentou uma controvérsia de guerra cultural após um vídeo promocional da Bud Light apresentar a personalidade transgênero da mídia social, Dylan Mulvaney. Devido a ameaças online e discurso de ódio, a empresa cortou relações com o influenciador, o que levou a uma reação dos consumidores. Essa situação causou uma queda nas vendas da Bud Light nos EUA que alguns analistas acreditam ser permanente.

Apesar disso, os ganhos subiram 5% no segundo trimestre em uma base ajustada, o dobro da expectativa dos analistas. A AB InBev conseguiu aumentar as vendas de suas marcas globais Budweiser, Stella Artois e Corona em 18% fora de seu mercado doméstico.

A participação de mercado da AB InBev nos EUA teve uma queda em abril, mas a empresa relatou que ficou estável entre a última semana de abril até o final de junho. Dois terços da queda nos lucros nos EUA foram atribuídos à queda na participação de mercado, enquanto o restante foi resultado de perda de produtividade, aumento de gastos com marketing e suporte aos atacadistas durante a crise.

Rivais como a Constellation Brands (STZ, STZB34) e a Molson Coors Beverage (TAP, M1CB34)  têm se beneficiado com os problemas enfrentados pela AB InBev nos EUA. Para lidar com a situação, a cervejaria colocou executivos de marketing envolvidos em licença e está cortando empregos nos EUA. Além disso, aumentou os gastos com mídia para a marca Bud Light e está patrocinando shows de música country.

Apesar dos desafios nos EUA, a AB InBev reiterou sua previsão de que os lucros provavelmente aumentarão de 4% a 8%. Os analistas preveem um ganho de 5,2%. No entanto, a cervejaria precisa buscar o crescimento de volume em todas as regiões, já que a falta de crescimento, exceto na Ásia, pode se tornar uma preocupação para a eficiência da empresa.