O minério de ferro atingiu a cotação mais baixa desde o início de junho, depois que o Goldman Sachs (GS) alertou sobre a possibilidade de que a China corte a produção de aço neste semestre.
Os contratos futuros em Singapura recuaram até 2,5% nesta segunda-feira (7), para US$ 99,20 a tonelada, o nível intradiário mais baixo desde 1º de junho. A matéria-prima do aço entrou em uma tendência de queda acentuada no final de julho, e já acumula declínio de mais de 20% desde o pico de meados de março.
Se Pequim exigir que as províncias reduzam a produção de aço neste semestre, isso representaria um “claro choque de demanda”, escreveram analistas do Goldman, incluindo Nicholas Snowdon e Jeffrey Currie.
Mesmo sem esse risco, o banco já projetava excesso de oferta e preços médios mais baixos no semestre.
O mercado de minério de ferro esfriou este ano após uma recuperação mais fraca do que o esperado na China e uma falta de clareza sobre medidas para estimular o setor imobiliário, crucial para a demanda por aço para construção.
Além disso, chuvas mais frequentes e um verão mais quente do que o normal no hemisfério norte inibem a atividade de construção chinesa. E as vendas de imóveis novos nas principais cidades do país caíram na primeira semana de agosto.
Os futuros de minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian também caíram nesta segunda-feira, assim como as cotações da bobina de aço laminado a quente e do vergalhão, em Xangai.
A produção anual de aço na China está em declínio nos últimos anos. Depois de atingir um pico de 1,053 bilhão de toneladas em 2020, caiu para 1,013 bilhão no ano passado. Na semana passada, a mineradora Rio Tinto disse que a produção de aço do país atingiu um ponto de saturação.
Com informações da Bloomberg