ADVFN Logo ADVFN

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for pro Negocie como um profissional: Aproveite discussões em tempo real e ideias que movimentam o mercado para superar a concorrência.

Minerva Foods (BEEF3): lucro líquido de R$ 120,7 milhões no 2T23, queda de 71,6%

LinkedIn

A Minerva Foods encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 120,7 milhões, com queda de 71,6% em relação ao mesmo período de 2022.

Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), recuou 8,6%, para R$ 711,2 milhões, a margem Ebitda subiu de 9,2% para 9,8% e a receita líquida diminuiu 14,1%, para R$ 7,277 bilhões. A relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos 12 meses permaneceu estável em 2,7 vezes, mesmo após a aquisição da empresa australiana de ovinos ALC, no fim de 2022.

Da receita bruta de R$ 7,759 bilhões obtida no segundo trimestre, 13,4% menos que um ano antes, as vendas no mercado externo representaram R$ 5,108 bilhões (queda de 19,8%). Nos mercados internos em que atua, o montante chegou a R$ 2,651 bilhões (alta de 2,1%), puxado pelo Brasil. No total, os abates de bovinos da companhia, que nessa frente atua em Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai, chegaram a 1,021 milhão de cabeças, 1,4% menos que entre abril e junho do ano passado.

De acordo com Edison Ticle, CFO da Minerva, a queda da receita decorreu, em boa medida, da redução de custos e dos preços da carne bovina no período. Já a retração do lucro líquido foi creditada à elevada base de comparação, uma vez que no segundo trimestre de 2022 o resultado contou com efeitos não recorrentes relacionados à variação cambial.

Fernando Galletti de Queiroz, presidente da Minerva, afirmou, em entrevista, que as perspectivas são positivas no mercado internacional para este segundo semestre, em larga medida em virtude da queda da oferta nos Estados Unidos, também grandes exportadores da proteína.

Na América do Sul, sobretudo no Brasil, o atual ciclo da pecuária, com oferta crescente, favorece os frigoríficos. A companhia prevê que, no mercado brasileiro, esse ciclo positivo deverá durar entre dois ou três anos. Do ponto de vista da demanda, a expectativa é de gradual recuperação das vendas à China, que no segundo trimestre respondeu por 35% da receita da empresa com exportações.

Principal destino dos embarques sul-americanos e globais de carne bovina, a China suspendeu temporariamente as importações de carne bovina brasileira em março, devido à confirmação de um caso atípico da doença da “vaca louca” no Pará, medida que impactou os resultados da Minerva Foods e das companhias do ramo em geral no primeiro trimestre. Além disso, os preços médios dos cortes vendidos ao país asiático caíram, tendência que, segundo Galletti de Queiroz, já foi estancada.

A Minerva também está mais animada com o mercado brasileiro, onde os custos estão em baixa e o consumo dá sinais de reação. De acordo com Edison Ticle, CFO da companhia, o início da queda da taxa básica de juros (Selic) deverá beneficiar as vendas neste trimestre e no próximo, quando sazonalmente o consumo costuma crescer.

Os resultados da Minerva Foods (BOV:BEEF3) referente suas operações do segundo trimestre de 2023 foram divulgados no dia 09/08/2023.

Minerva aprova distribuição de dividendos intercalares no valor de R$ 114 milhões

O conselho de administração da Minerva aprovou a distribuição de dividendos intercalares.

O montante total é de R$ 114 milhões, correspondentes a R$ 0,1942738257 por ação.

Terão direito ao dividendo declarado pessoas inscritas como acionistas da companhia na data-base de 14 de agosto de 2023, respeitadas as negociações realizadas até essa data, inclusive.

Teleconferência

Estamos otimistas com a demanda na Ásia, principalmente com a retomada da China, diz CFO.

“Isso, combinado com o ciclo do gado caindo nos EUA e com o momento do mesmo ciclo no Brasil, sustentam nosso otimismo para o fim do ano”, disse Edison Ticle, CFO da Minerva, a analistas.

Segundo Edison Ticle, CFO da Minerva, há uma evolução positiva do mercado de crédito, o que tem melhorado o fluxo de caixa da companhia, “permitindo que deixemos de financiar fornecedores”. “Houve liberação de espaço no capital de giro de R$ 62 milhões”, afirmou.

Nós temos melhora na conta de fretes para ocorrer, isso porque no começo do ano decidimos travar dois terços dos gastos fixando contratos, diz CFO.

“Margem bruta melhorou porque o ciclo do gado está positivo, e vemos que deve continuar positiva”, disse Edison Ticle, CFO da Minerva.

“Tivemos, além disso, outras questões que pesaram no nosso resultado no segundo trimestre, como gastos com abatimento de debêntures, e que devem liberar espaço até o fim do ano.”

“Volumes cresceram no ano e as receitas caíram. Não achávamos que o preço do gado ia cair tanto. Tivemos ainda uma apreciação cambial importante, que não esperávamos”, disse Edison Ticle, CFO da Minerva.

“O fato positivo, porém, é que nossos volumes estão crescendo 4% no ano. Neste trimestre, na base sequencial, tivemos uma alta de 9%. Fora isso, temos uma recuperação de preços que está acontecendo no terceiro trimestre mais forte do que o esperado e o câmbio também se depreciou.”

“Vale lembrar que o Brasil ficou suspenso. Mas os embarques estavam feitos, com estoque por lá. Houve um represamento de produtos, o que impediu os preços de subirem”, disse Fernando Galletti de Queiroz, CEO da Minerva. Segundo ele, os problemas sanitários com carnes de frango e porco “abalaram a imagem” destas proteínas, principalmente com os jovens de classe média.

“Isso nos deixa positivo com a China”, disse, acrescentando: “A carne bovina tem muito espaço para subir.”

“Todo esse cenário melhor, com China, se traduz em melhor Ebitda. Isso, por sua vez, se traduz em melhor alavancagem”, disse Edison Ticle, CFO da Minerva. A companhia anunciou R$ 114 milhões em dividendos na véspera.

Apesar do faturamento ainda fraco, por conta dos baixos preços da carne no mercado mundial, a expectativa da Minerva é que isso melhore até o final do ano – com o cenário puxado principalmente pela China.

“Vemos uma inflexão dos preços na China. Eles bateram o fundo e agora se recuperaram. Vale lembrar que o Brasil ficou suspenso de vender para o país, mas os embarques estavam feitos o que formou estoque por lá. Houve um represamento de produtos que impediu os preços de subirem”, diz Fernando Galletti de Queiroz, diretor executivo (CEO) da Minerva.

Para eles, apesar de a economia chinesa estar dando sinais de enfraquecimento, o consumo de carne bovina, por lá, se tornou algo estrutural após problemas sanitários com as proteínas de frango e de porco (gripe aviária e suína, respectivamente). O recuo dos estoques também deve liberar espaço para as altas.

“Estamos otimistas com a demanda na Ásia, principalmente com a retomada da China. Isso, combinado com o ciclo do gado caindo nos EUA e com o momento do mesmo ciclo no Brasil, sustentam nosso otimismo para o fim do ano”, falou Edison Ticle, diretor financeiro (CFO).

Segundo os executivos, a antecipação de dividendos, de R$ 114 milhões, foi uma demonstração de confiança de que o cenário será benigno até o final de 2023 – que deve, entre outras coisas, refletir em um melhor Ebitda e uma melhor alavancagem.

Fora isso, a Minerva enxerga que deve ainda melhorar sua posição de caixa. No primeiro trimestre, o mau momento do mercado de crédito, com juros altos e o impacto da recuperação judicial da Americanas (AMER3) levou a companhia a financiar seus fornecedores, movimento que já enfraqueceu no segundo trimestre e que deve diminuir até o final do ano.

“Evolução positiva do mercado de crédito tem melhorado o fluxo de caixa, permitindo que deixemos de financiar fornecedores. Houve liberação de espaço no capital de giro de R$ 62 milhões”, expôs o CFO.

Analistas destacaram que, no segundo trimestre, o fluxo de caixa livre, de R$ 191 milhões, foi normalizado devido a esse movimento – mas ainda vindo um pouco mais fraco do que o esperado.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

Para o Bradesco BBI, o resultado do Ebitda no 2T23 acima do consenso e a recuperação na geração de caixa devem sustentar reação positiva às ações da Minerva (BEEF3). No entanto, a recuperação das exportações de carne bovina para a China após a reabertura econômica do país está ocorrendo em um ritmo mais lento do que o esperado, reforçando uma visão mais cautelosa sobre a Minerva, relata o banco. O BBI tem recomendação neutra para a Minerva, com preço-alvo de R$ 16/ação.

Itaú BBA

“A rentabilidade já está aqui. Acreditamos que a forte expansão da margem foi o destaque do segundo trimestre, o que deve aliviar parcialmente as preocupações dos investidores sobre a recuperação dos ganhos”, fala o time do Itaú BBA, encabeçado por Gustavo Troyano.

A margem bruta do frigorífico chegou a 20,8%, ante 17,9% no mesmo período do ano passado e 18,1% no primeiro trimestre. O ciclo do gado positivo no Brasil, com o aumento dos animais disponíveis, vem diminuindo a pressão dos custos da companhia.

“A Minerva apresentou sólidas margens Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês] o que estava amplamente em linha com nossa estimativa, mas com o número ainda 40 pontos-base acima do consenso”, diz o time do Santander, chefiado por Rodrigo Almeida.

“O aumento da margem foi impulsionado por um ciclo em melhoria no Brasil, onde os preços do gado continuaram a cair e as exportações de carne bovina melhoraram significativamente em relação ao trimestre anterior”, complementa a equipe.

Do outro lado, no entanto, a receita líquida da Minerva ficou em R$ 7,2 bilhões, queda de 14,1% no ano – isso com o volume total de vendas recuando apenas 2,4%, para 314,1 mil toneladas.

O menor faturamento se deu, principalmente, por conta do recuo do preço da carne. Houve impacto também no Ebitda, de R$ 711,2 milhões (baixa de 8,6% no ano), e no lucro líquido, de R$ 120,7 milhões (baixa de 71,6% no ano).

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

Deixe um comentário