A Raízen teve um lucro líquido ajustado de R$ 527 milhões no primeiro trimestre do Ano-Safra 23/24. O número representa uma queda de 51,5% frente ao mesmo período do ano anterior.
Em parte, o recuo do lucro acompanha o da receita, que foi de 26% na mesma base, chegando a R$ 48,8 bilhões.
“O desempenho da receita líquida refletiu menor volume comercializado, parcialmente compensado pelo melhor preço de venda. Ritmo de comercialização e embarques do trimestre alinhado à estratégia de maximização de retorno e captura de preços superiores no decorrer do ano”, explica a companhia.
Destaque negativo para o segmento de Renováveis e Açúcar, que trouxe queda de 38,6% na sua receita na comparação com o mesmo período da safra anterior, saindo de R$ 16,1 bilhões para R$ 9,8 bilhões.
Em renováveis, o volume de vendas de etanol caiu 23,3%, para 1,07 milhão de metros cúbicos, e a receita, 40,3%, para R$ 3,607 bilhão.
“Redução dos volumes comercializados e próprios refletindo a estratégia de comercialização para a safra, em função da perda momentânea de competitividade do etanol frente à gasolina no período. Além disso, com o mix da safra mais açucareiro, houve redução do volume produzido no trimestre”, acrescenta a Raízen.
O volume de energia elétrica comercializada, por sua vez, recuou 2,5% no ano, para 4,5 GWh (giga watt hora). A receita caiu 4,6%, para R$ 734,6 milhões.
Do outro lado, o custo dos produtos vendidos em renováveis caiu 39,4%, para R$ 4,02 bilhões, por conta dos menores volumes comercializados.
A Raízen ainda reduziu as suas vendas de açúcar em 29,3%, para 1,9 milhão de toneladas, seguindo sua estratégia de vendas e embarques para a safra. A receita nesta frente caiu 7%, para R$ 5,4 bilhão. Os gastos nesta frente recuaram 51,2%, para R$ 4,4 bilhões, também por conta dos menores volumes.
Em mobilidade, por fim, o volume vendido ficou estável, em 8,5 milhões de metros cúbicos, mas a receita caiu 28,3%, para R$ 40,1 bilhões.
“A dinâmica dos preços praticados no país e o cenário de suprimentos com excesso de oferta de diesel e etanol hidratado resultaram em perda de competividade, além de forte efeito nas posições de inventário”, fala a companhia. “A oferta de diesel, especialmente originado da Rússia, com desconto sobre os preços praticados no país e nos demais canais de importação, provocando compressão de nossas margens”.
A Raízen ainda viu suas despesas gerais e administrativas crescerem 24,6% na base anual, chegando a R$ 696,1 milhões, com a inflação e efeitos do crescimento da sua estrutura corporativa. O custo da sua produção industrial total, por sua vez, subiu 5,1%, para R$ 5,9 bilhões.
Com tudo isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado da Raízen caiu 10,6%, para R$ 3,2 bilhões.
Fora isso, o resultado financeiro ainda ficou negativo em R$ 1,37 bilhão, ante R$ 938,5 milhões no primeiro trimestre do ano safra 2022/23, com alta principalmente dos custos da dívida líquida, que ficaram em R$ 849 milhões frente a R$ 593 milhões um ano antes. “É resultado decorrente principalmente do maior saldo de dívida líquida, bem como pelo incremento da taxa básica de juros Selic”.
A Raízen fechou junho com uma dívida líquida de R$ 29,3 bilhões, ante R$ 23,1 bilhões um ano antes. A companhia consumiu R$ 4,8 bilhões em caixa.
Os resultados da Raízen (BOV:RAIZ4) referente suas operações do segundo trimestre de 2023 foram divulgados no dia 14/08/2023.