A dívida pública federal atingiu R$6,26 trilhões em agosto, um avanço de 2,01% na comparação mensal, segundo dados reportados nesta quarta-feira pelo Tesouro Nacional. Do montante, R$6,027 trilhões correspondem à dívida mobiliária interna e R$237,5 bilhões são relativos à dívida externa.
Em agosto, as emissões do Tesouro totalizaram R$93,64 bilhões, e os resgates, R$34,37 bilhões, resultando em uma emissão líquida de R$59,73 bilhões referentes à Dívida Pública Mobiliária Federal Interna.
Os títulos que variam com a taxa básica de juros avançaram a 41,39% em agosto, ante 41,20% em julho, ainda constituindo a maior composição da dívida pública.Já os títulos prefixados avançaram a 25,0% no período, ante 24,65% em julho.
Os papéis indexados à inflação, por sua vez, recuaram a 29,61%, ante 30,21% no mês imediatamente anterior. A participação de estrangeiros na dívida mobiliária avançou a 9,25%, ante 9,22% em julho.
O Tesouro informou que a reserva de liquidez avançou em agosto ante julho, passando de R$991,8 bilhões para R$1,02 trilhão, alta de 3,30%. Segundo o Tesouro, o nível atual do índice é suficiente para o pagamento dos próximos 7,92 meses de vencimentos.
MERCADOS
Na visão do Tesouro, o mês de setembro continua a reforçar os temores envolvendo uma inflação persistentemente elevada nos Estados Unidos, com os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos renovando máximas desde 2006.
Também de acordo com o Tesouro, o mês de agosto foi marcado pelo aumento da aversão ao risco, na esteira da queda dos mercados acionários e da alta dos títulos do Tesouro, diante do rebaixamento do rating de crédito dos EUA pela agência de classificação de riscos Fitch.
O Tesouro também apontou, no documento, que a ata da decisão de juros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de julho reforçou o crescente risco inflacionário, levando os investidores a precificarem um cenário de juros altos por mais tempo. O Tesouro também apontou, nos mercados globais, a dificuldade de financiamento de incorporadoras chinesas.
No mercado local, a decisão de corte da Selic em 0,50 ponto percentual favoreceu a queda dos juros de curto prazo. A melhora do rating do país pela Fitch também se refletiu positivamente nos vértices curtos da curva de juros, embora os trechos intermediários e longos tenham encerrado o mês com alta de até 35 pontos-base, refletindo o cenário externo.