Após o rendimento dos títulos de 10 anos ultrapassarem os 5% mais cedo nesta segunda-feira (23), houve um arrefecimento do movimento no fim da manhã, que se refletiu no mercado de ações brasileiro.
As ações ligadas ao consumo doméstico, que costumam responder ao movimento da curva de juros futuros (que por sua vez são impactadas pelo movimento dos Treasuries americanos), passaram a ter fortes ganhos.
Em destaque, às 13h40 (horário de Brasília), a CVC (BOV:CVCB3) subia 7,60%, MRV (BOV:MRVE3) avançava 5,90%, Gol (BOV:GOLL4) subia 4,93%, essa última também com a queda do dólar. As empresas de supermercado/atacarejo Assaí (BOV:ASAI3) e Carrefour (BOV:CRFB3) também registravam ganhos.
O rendimento da nota do Tesouro de 10 anos de referência caiu 6 pontos base para 4,86%, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos caiu cerca de 6,8 pontos base, para 5,02%.
A virada no mercado de Treasuries ocorreu nesta segunda depois que Bill Ackman, da Pershing Square, revelou na segunda-feira que fechou sua posição vendida em títulos.
Ackman afirmou que “há muito risco no mundo para permanecer vendido em títulos às atuais taxas de longo prazo” em uma postagem na plataforma de mídia social X (ex-Twitter).
O investidor bilionário afirmou: “A economia está desacelerando mais rápido do que os dados recentes sugerem”.
Ackman havia revelado no início de agosto que estava posicionado para uma derrocada dos Treasuries de 30 anos — com disparada dos yields — através de contratos de opções, tanto para proteger seus investimentos em ações quanto como aposta independente.
Para ele, mudanças estruturais, como a “desglobalização” e a transição energética alimentariam pressões inflacionistas persistentes.
O yield dos Treasuries de 30 anos, que estava em cerca de 3,5% em abril, atingiu máxima de 5,18% nesta segunda-feira, e o de 10 anos ficou acima de 5% pela primeira vez desde 2007.