A possível compra da Pioneer Natural Resources (NYSE:PXD) pela gigante petrolífera Exxon Mobil (NYSE:XOM) pode limitar ainda mais o crescimento da produção no Permiano, o principal campo de petróleo dos EUA, colocando pressão adicional sobre as empresas de oleodutos e fornecedores, conforme indicam especialistas em energia.
A Exxon Mobil e a Pioneer Natural Resources também são negociadas na B3 através do ticker (BOV:EXXO34) e (BOV:P1IO34).
Este ano, o crescimento na bacia de xisto do Permiano, situada entre o oeste do Texas e o leste do Novo México, viu uma desaceleração significativa devido à consolidação, à escalada dos custos e às demandas por retornos dos investidores. As estimativas atuais apontam para um aumento de aproximadamente 430.000 barris por dia (bpd), uma queda significativa em relação ao aumento de 1 milhão bpd registrado em 2019.
A Exxon Mobil, já uma das líderes em produção no Permiano, havia estabelecido uma meta de alcançar até 1 milhão bpd em suas operações na região até 2025, meta esta que foi recentemente prorrogada para 2027. Adquirindo a Pioneer, a produção da Exxon saltaria para cerca de 1,33 milhão de barris de petróleo e gás equivalente por dia.
Ajay Bakshani, da East Daley Analytics, sugere que, com a aquisição da Pioneer, a Exxon poderia alcançar sua meta de produção mais cedo e, assim, não buscaria um crescimento tão agressivo quanto planejado anteriormente.
Enquanto a Exxon Mobil optou por não comentar sobre possíveis negociações de aquisição, o crescimento mais lento também é observado em outros produtores de petróleo dos EUA, devido principalmente à redução das atividades de perfuração. No último ano, houve uma queda de 10% nas plataformas de perfuração ativas no Permiano, um indicativo claro de produção futura.
A recente tendência de consolidação no setor também resultou em uma diminuição nas plataformas ativas, impactando diretamente o setor de serviços petrolíferos e oleodutos. Menos equipamentos, trabalhadores e competição no mercado são consequências diretas dessas fusões.
Ben Crook, do Hennessy Energy Transition Fund, destaca que fusões desse porte concedem uma influência significativa nas negociações com prestadores de serviços. Contudo, barrar a aquisição poderia ser um desafio para a Casa Branca, como opinam juristas e especialistas em questões antitruste.
Atualmente, a Pioneer transporta a maior parte de seu petróleo através dos oleodutos da Targa Resources, enquanto a Exxon se baseia mais na Energy Transfer. Uma parceria com a Pioneer poderia levar a Exxon a diversificar seu transporte através de oleodutos co-proprietários.
Robert Webster, da Intermontane Oil LLC, ressalta que uma entidade combinada, devido aos seus volumes massivos, teria uma posição de negociação superior, uma vez que o volume sempre prevalece nas negociações.