A Eztec divulgou sua prévia operacional do terceiro trimestre de 2023 (3T23).
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:EZTC3) na quarta-feira (11).
No período, a companhia teve baixa de 26,5% nas vendas brutas na comparação com 3T22 para de R$ 346 milhões. Já as vendas líquidas somaram R$ 281 milhões, queda de 48%.
No trimestre encerrado em setembro, a Eztec lançou apenas um empreendimento, o Lindenberg Alto de Pinheiros. O Valor Geral de Vendas foi de R$ 85 milhões.
Os resultados financeiros da Eztec no 3T23 serão divulgados no dia 9 de novembro.
VISÃO DO MERCADO
Os números não agradaram o mercado: às 10h33 (horário de Brasília) desta sexta-feira (13), os ativos caíam 5,7%, a R$ 16,14.
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Bradesco BBI
O Bradesco BBI, por sua vez, ressalta que após recuperação nos lançamentos no 2T23, a Eztec apresentou um trimestre fraco em termos de lançamentos (-82% na base trimestral e -79% na base anual) e vendas, com VSO de um dígito em 9,6%, queda de 3,7pp na comparação anual.
Apesar da melhora esperada na margem bruta no 3T23 à medida que as obras do Parque da Cidade avançam e os projetos com melhores margens ganham mais participação no reconhecimento de receita (POC) da empresa, analistas do BBI não veem o 3T23 como um ponto de virada em termos de melhora do retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), pois a empresa ainda enfrenta um cenário desafiador, a fim de aumentar a sua rentabilidade sobre o seu valor contábil.
O Bradesco BBI manteve classificação neutra e preço-alvo de R$ 27 para Eztec, já que as ações são negociadas a 8,9 vezes Preço/Lucro (prêmio de 53% em relação aos pares) e, apesar de ainda ser um dos principais veículos para atuar macro no Brasil, a lucratividade abaixo dos pares e a deterioração na narrativa do MCMV devido ao FGTS não oferece uma relação risco-recompensa favorável.
Itaú BBA
Na avaliação do Itaú BBA, a Eztec relatou um conjunto fracos de números operacionais, já projetando reação ligeiramente negativa do mercado na sessão desta sexta-feira, dada: i) a tão esperada desaceleração nas vendas, já que a empresa havia divulgado anteriormente um volume limitado de lançamentos para o trimestre; e ii) a convicção de que o fraco desempenho foi um tanto antecipado pelo mercado (queda de 25% no último mês versus queda de 15% da Cyrela).
Segundo o BBA, as vendas líquidas ficaram 40% abaixo de suas estimativas devido a uma redução significativa nos lançamentos.
Com relação a distratos de vendas, os números chegaram a R$ 65 milhões, quase estáveis no trimestre, mas com aumento de 18% na base anual, “mais uma vez pressionados pelo projeto Parque da Cidade (sete unidades ou R$ 15 milhões)”, explica BBA.
Apesar dos dados operacionais fracos, o Itaú BBA reiterou avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 32, porque enxerga a ação como uma boa maneira de capturar a melhora no cenário macro, bem como a expectativa de melhora no cenário micro nos próximos trimestres.
Goldman Sachs
O Goldman Sachs também projetava uma reação negativa nas cotações das ações da Eztec devido a vendas e lançamentos mais fracos do que o esperado.
A equipe de research do Goldman comenta que, embora esperasse uma queda sequencial nas vendas da cosntrutoras, estas superaram suas expectativas, com as vendas caindo 33% sequencialmente, resultando em uma diferença de 12% (R$ 281 milhões em vez de R$ 321 milhões) em relação às suas estimativas.
“Notavelmente, as vendas brutas de lançamentos tiveram a maior queda sequencial, com uma diminuição de 58% em relação ao trimestre anterior, para R$ 82 milhões, enquanto as vendas em andamento permaneceram praticamente estáveis em R$ 224 milhões”, diz Goldman Sachs. Portanto, o banco vê as vendas de lançamentos mais baixas como potencialmente cruciais para explicar a diferença.
XP Investimentos
A XP Investimentos também manteve recomendação neutra para a construtora, com um preço-alvo de R$ 22,0, uma vez que continua a ver um cenário desafiador de acessibilidade no segmento de média renda.