O dólar e as taxas de contratos dos juros futuros operavam sem direção definida nesta quarta-feira, dia mais aguardado da semana, à espera de decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve, nos Estados Unidos.
Por volta das 9h25, o dólar à vista recuava 0,13%, a R$5,0295, e o dólar futuro tinha baixa de 0,16%, a R$5,046.
A moeda americana tinha desempenho forte no exterior, especialmente em comparação com pares mais fortes e líquidos. Em uma cesta de 23 divisas, o dólar ganhava terreno frente a 14. Nesse contexto, o Índice DXY subia 0,16%, aos 106.885 pontos.
Mais cedo, a variação mensal de empregos privados nos EUA da pesquisa ADP registrou 113 mil vagas em outubro, bem abaixo da expectativa do mercado, que previa 150 mil. O dado contribuiu para a valorização de moedas emergentes, como o real, devido ao sentimento de menor aversão ao risco com o sinal de uma economia americana menos aquecida, o que tende a levar os juros futuros para baixo.
O mercado espera que o BC corte a Selic em 50 pontos-base pela terceira vez consecutiva, segundo o TC Consenso. No entanto, os agentes divergem quanto à taxa terminal após o ciclo de baixas. Nos EUA, a expectativa é de que o Fed mantenha a taxa no intervalo entre 5,25% e 5,50%.
Apesar de as decisões de juros estarem precificadas, a grande expectativa recai sobre os comunicados. Isso porque os agentes financeiros buscam antecipar até que ponto o Fed vai manter os juros em níveis elevados, antes de passar a cortar a taxa, e até quando o BC vai continuar a cortar a Selic.
No horário acima, os DIs com vencimentos em jan/25 e jan/27 subiam 2,0 pontos-base e 3,0 pbs, respectivamente, a 11,10% e 11,25%. Já o vértice para jan/31 subia 2,0 pontos-base, a 11,79%.
As bolsas internacionais operam sem direção única nesta quarta-feira, à espera da decisão sobre os juros americanos. Investidores continuam digerindo a temporada de balanços. No Brasil, véspera de feriado prolongado, o grande destaque será a divulgação da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
A expectativa do mercado é que o Federal Reserve mantenha os juros no intervalo entre 5,25% e 5,50%, diante de uma contínua pressão causada pela alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano de longo prazo. Nesta manhã, os Treasuries de dez anos sobem 3 pontos-base, acima de 4,90%.
No âmbito corporativo, a gigante farmacêutica britânica GSK sobe mais de 1% nesta manhã, após a companhia aumentar as projeções de lucro e receita para o ano. Agora, os investidores aguardam pelos números da Kraft Heinz nos EUA, antes da abertura do mercado. Após o fechamento, serão as vezes de Qualcomm e AIG.
No Oriente Médio, Israel admitiu ter atacado um campo de refugiados em Gaza. Militares israelenses alegam ter matado um alto comandante do grupo terrorista Hamas. Contudo, estima-se mais de 100 palestinos mortos, incluindo crianças e mulheres, o que vem levantando a acusação de crime de guerra contra Israel.
Na Ásia, os mercados fecharam mais uma vez mistos, com o iene japonês em forte desvalorização desde ontem e dados de atividade na China abaixo de 50 pontos, indicando retração. Na Europa, o PMI industrial do Reino Unido atingiu 44,8 pontos em outubro, abaixo da estimativa de 45,20 pontos, atestando a dificuldade de recuperação da atividade.
Nos EUA, a decisão do Fed acontece a partir das 15h, com a coletiva de imprensa do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, começando às 15h30. Às 8h, será divulgado o índice semanal de hipotecas, enquanto às 9h15 a ADP divulga a variação de empregos privados de outubro. A projeção indica a criação de 150 mil vagas.
Às 10h45, a S&P Global divulga o PMI industrial de outubro, assim como a ISM, que também divulga o mesmo indicador. A expectativa é que ambos venham abaixo de 50 pontos. Às 11h, o Departamento de Trabalho divulga a oferta de empregos Jolts de setembro, com a previsão de 9,25 milhões de vagas de trabalho. Às 11h30, o Departamento de Energia divulga os estoques de petróleo da semana passada.
No Brasil, o Copom deve cortar a Selic em 50 pontos-base pela terceira vez consecutiva, passando de 12,75% para 12,25% ao ano. A expectativa fica em torno do comunicado, que provavelmente continuará antecipando o mesmo ritmo de cortes para as próximas reuniões e reiterando a intenção de manter a política monetária em nível contracionista.
A produção industrial brasileira subiu 0,1% em setembro na base mensal, uma piora quando comparado à alta de 0,4% em agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Apesar da piora, o dado veio acima da projeção, que estimava uma queda de 0,1%.
A S&P divulga, às 10h, o PMI industrial de outubro, enquanto às 15h o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulga a balança comercial de outubro, com projeção de um superávit de US$9 bilhões.
Na véspera do feriado prolongado, os agentes aguardam apenas a divulgação dos resultados do terceiro trimestre do Banco Pan, controlado pelo BTG Pactual, antes da abertura do pregão.
Ontem, o Ibovespa encerrou em alta, em linha com o exterior, no aguardo das decisões de política monetária no Brasil e nos EUA. No mercado de câmbio, o dólar fechou em baixa, de olho na Superquarta e na Ptax do fim do mês.