O Ibovespa está operando de forma indecisa nesta quarta-feira, refletindo a cautela dos investidores, que aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e monitoram uma série de dados econômicos brasileiros divulgados anteriormente, bem como a votação da reforma tributária.
Por volta das 10h20, o Ibovespa registra um leve aumento de 0,03%, alcançando os 119.301 pontos. Caso essa tendência persista, o volume de negociação deve atingir cerca de R$11,8 bilhões, abaixo da média dos últimos 50 pregões.
Nos Estados Unidos, os investidores estão ansiosos pelo discurso de Powell, marcado para as 11h15, em busca de pistas sobre os próximos passos da política monetária. Eles esperam ouvir declarações que possam influenciar suas apostas quanto à proximidade do fim do ciclo de aperto monetário.
No cenário doméstico, o Banco Central (BC) divulgou que o déficit primário consolidado do setor público brasileiro foi de R$18,1 bilhões em setembro, representando uma melhora em relação ao mês anterior. Além disso, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 60% do PIB em setembro, o equivalente a R$6,3 trilhões, o que representa um aumento de 0,1 ponto percentual em comparação a agosto.
No setor varejista, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as vendas aumentaram 0,60% em setembro em relação a agosto, superando as projeções que previam estabilidade. O varejo brasileiro está operando 4,9% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 1,5% abaixo do pico da série histórica, observado em outubro do mesmo ano.
Na esfera política, está prevista a votação em primeiro turno do texto-base da reforma tributária no plenário do Senado hoje, após sua aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa ontem. Há um esforço por parte da base para aprovar o texto em dois turnos ainda esta semana.
No mercado de ações, os destaques positivos incluem as ações ordinárias (ON) da Vale, da Eletrobras e as Units do BTG Pactual, que estão avançando 0,84%, 1,22% e 1,43%, respectivamente, contribuindo para os ganhos do Ibovespa.
Por outro lado, entre as maiores quedas, estão as ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da Petrobras e as ações ordinárias (ON) da PRIO, que estão recuando 0,85%, 0,77% e 0,83%, respectivamente, em consonância com a desvalorização de mais de 1% do petróleo Brent no mercado internacional.
Dólar e DIs sobem em ajuste com dados brasileiros no radar e à espera de Powell
O dólar e as taxas de contratos dos juros futuros operavam em alta nos primeiros negócios desta quarta-feira, com investidores ajustando posições após cinco sessões consecutivas de queda, enquanto digerem dados do varejo brasileiro acima do esperado e na expectativa pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Por volta das 9h25, o dólar à vista subia 0,53%, a R$4,8990, enquanto o dólar futuro tinha alta de 0,61%, a R$4,912.
O real voltava a perder fôlego ante o dólar depois de ter encerrado a sessão anterior no menor patamar desde 20 de setembro. A moeda americana ganhava força perante a maior parte dos pares. Em uma cesta de 23 moedas acompanhada pela Mover, o dólar tinha alta diante de 21. O Índice DXY subia 0,24%, aos 105.760 pontos.
Em meio à expectativa pelas falas de Powell, que pode dar sinalizações sobre o fim do ciclo de alta de juros nos EUA, o rendimento das Treasuries americanas longas sobe levemente, o que puxa os juros futuros brasileiros para cima.
Internamente, as taxas dos contratos dos juros futuros avançam devido a novos dados que mostram a resiliência da atividade econômica brasileira. Sempre que a economia se mostra aquecida, o mercado fica receoso de que isso possa levar à inflação no futuro e, consequentemente, a uma política monetária mais restritiva.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que as vendas no varejo tiveram alta de 0,6% em setembro, ante expectativa de estabilidade. Na comparação anual, a alta foi de 3,3%, também acima do consenso de 2,5%.
O Banco Central (BC), por sua vez, registrou que o déficit primário consolidado do setor público foi de R$18,1 bilhões no mês passado, uma melhora em relação ao mês anterior. Ainda assim, o mercado segue reticente quanto ao cumprimento da meta fiscal do ano que vem e de uma política austera praticada pelo governo.
Diante disso, os DIs com vencimentos em jan/25 subiam 2,0 pontos-base, a 10,84%, enquanto os para jan/27 e jan/31 avançavam 4,0 pbs e 3,0 pbs, respectivamente, a 10,80% e 11,35%.