Os produtos de renda fixa puxaram o crescimento do volume aplicado pelas pessoas físicas em 2023 até setembro, segundo estudo divulgado pela B3. O valor total chegou a R$ 1 trilhão, um crescimento de 23% em relação a dezembro do ano passado. Em número de investidores, a alta foi de 12%, totalizando 15,6 milhões de brasileiros com algum produto de renda fixa no portfólio. Os números não incluem o Tesouro Direto.
Os maiores crescimentos foram registrados nos produtos ligados ao setor imobiliário. As Letras de Crédito Imobiliário (CCI) cresceram 41%, chegando a R$ 330,1 bilhões de estoque, e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) subiram 36%, para R$ 60,2 bilhões. Em número de investidores, o CRI também teve destaque, com alta de 36%, chegando a 273 mil investidores, atrás apenas dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que chegaram a 420 mil investidores, uma
alta de 37% em relação ao fim de 2022.
Em volume aplicado, o maior produto de renda fixa é o CDB, com R$ 697,2 bilhões. O crescimento em relação a dezembro neste produto foi de 12% tanto em relação ao valor quanto ao número de investidores, que alcançou 11,6 milhões de pessoas.
CRESCIMENTO
O estudo da bolsa traz, pela primeira vez, em parceria com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), dados do investimento em poupança Os números mostram um volume investido de R$ 924 bilhões em 240 milhões de contas (cada CPF pode ter mais de uma conta). Desse total, R$ 16,5 bilhões, ou 2%, estão em contas com saldo de até RS 1 mil. Outros 11% estão em contas com saldo entre R$ 1 mil e RS 10 mil e 28% possuem saldo entre R$ 10 mil e R$ 50 mil. Os 59% restantes possuem saldo na poupança acima de R$ 50 mil.
Buscamos trazer nessa edição do estudo, em conjunto com o FGC, dados sobre a poupança. Um recorte desse quadro do FGC aponta que mais de 15 milhões de contas possuem saldo superior a R$ 10 mil. Essa informação associada ao fato de que o primeiro investimento em bolsa está na faixa dos R$ 200, demonstra o potencial de novos investidores que podem ser impactados por conteúdos de educação financeira, interesse e maior oferta de produtos de investimentos. E não há opções apenas em produtos de bolsa. Neste ano, o grande destaque foi o crescimento dos produtos de renda fixa e do Tesouro Direto que é muitas vezes a porta de entrada desse perfil de investidor, afirma Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoas Físicas da B3.
Poupança
“Os saldos de depósitos e investimentos que contam com garantia do FGC vêm crescendo significativamente nos últimos anos, passando de R$ 2,4 trilhões em dezembro de 2019 para cerca de R$4,3 trilhões atualmente. Entre os produtos cobertos, temos os depósitos à vista (que são os saldos das contas correntes), a poupança, CDB, RDE, LCA, LCI e o DPGE, apenas para citar os mais conhecidos. Tendo em vista esse cenário, ficamos muito satisfeitos com o convite da B3 para darmos início a mais essa parceria, pois, por meio dela, unimos esforços para melhor informar a sociedade brasileira sobre a dinâmica do mercado de renda fixa”, destacou o diretor-executivo do FGC, Daniel Lima.
O executivo do FGC ainda ressalta que uma sociedade bem-informada é capaz de tomar melhores decisões e, com isso, aumentar o seu bem-estar.
“Para avançar nesse objetivo, esperamos que, ao longo do tempo, possamos fornecer um conjunto cada vez maior de informações sobre a dinâmica do mercado financeiro. Acreditamos que, com isso, facilitaremos o monitoramento de riscos e promoveremos uma disciplina de mercado mais ativa, fatores esses que contribuirão para um mercado financeiro cada vez mais estável e eficiente, auxiliando no desenvolvimento econômico do país”, afirmou Lima.
Tesouro Direto
O volume investido no Tesouro Direto saltou 26% nos últimos 12 meses até setembro, chegando a R$ 120,1 bilhões. No período: cerca de 300 mil novos investidores entraram no produto. Os dois títulos lançados em 2023 ajudaram a atrair novos investidores.
O Tesouro Renda+, voltado para a aposentadoria, começou a ser negociado em janeiro e alcançou 64 mil investidores e R$ 94,7 bilhões em estoque até setembro. Já o Educa+, lançado em agosto e direcionado a ajudar as famílias a formarem uma reserva para a educação de seus filhos, bateu 17,4 mil novos investidores até setembro, com R$ 36 bilhões em estoque.
RENDA VARIÁVEL
Entre os produtos negociados em bolsa; o destaque também foi um ativo ligado ao setor imobiliário. Os fundos imobiliários (Flls) tiveram alta de 13% do volume investido, chegando a R$ 122 bilhões, seguido pelos ETFs, os fundos negociados em bolsa que seguem algum índice de referência, com crescimento de 10% e um volume de R$ 9 bilhões.