O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE manteve relativamente estável em dezembro ao variar -0,2 ponto, para 96,0 pontos. Na média móvel trimestral, o índice recuou 0,7 ponto.
“O ICST consolidou uma posição de pessimismo moderado, que prevaleceu ao longo do ano. De fato, o ano de 2023 não foi de crescimento robusto: o percentual de assinalações de melhora da atividade se reduziu na comparação interanual. No entanto, em dezembro ainda há mais empresas indicando crescimento do que queda da atividade. O balanço do ano também mostra que a Infraestrutura esteve à frente de Edificações. A área de infraestrutura foi favorecida pelo crescimento dos investimentos públicos e privados, enquanto o mercado imobiliário sofreu mais com as altas taxas de juros. De todo modo, em relação a dezembro de 2022, as duas áreas chegam ao final do ano com expectativas melhores em relação à demanda dos próximos meses, sinalizando um início de ano mais promissor”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
A ligeira queda do ICST no último mês do ano resultou principalmente da piora na percepção dos empresários sobre o momento atual. O Índice de Situação atual (ISA-CST) recuou 0,4 ponto, para 94,2 pontos, menor nível desde julho de 2023 (94,0 pontos). Essa queda foi influenciada exclusivamente pelo indicador de situação atual dos negócios que caiu 0,9 ponto para 92,4 pontos. O outro componente do ISA-S, o indicador que mede o volume da carteira de contrato variou 0,1 ponto, para 96,0 pontos.
O Índices de Expectativas (IE-CST) se manteve relativamente estável ao variou -0,1 ponto, para 98,0 pontos, o menor nível desde agosto deste ano (97,4 pontos). Os dois componentes do IE-S tiveram variações no sentido contrário, o indicador de demanda prevista para os próximos 3 meses subiu 0,7 ponto, para 100,7 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 0,8 ponto, para 95,3 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção diminuiu 0,2 ponto percentual (p.p.), para 78,8%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos diminuíram 0,1 e 1,0 p.p., para 80,0% e 72,5%.
Limitação à melhoria dos negócios
A competição entre as empresas, as dificuldades de acesso ao crédito e a escassez de mão de obra qualificada foram as limitações que tiveram o maior aumento de assinalações na comparação com dezembro de 2022. A competição é inerente ao setor, mas acentua-se em momentos de desaceleração, o que deve se atenuar com o crescimento previsto. Da mesma forma, a redução das taxas de juros deve diminuir as dificuldades das empresas em 2024. No entanto, as expectativas de crescimento da demanda indicam que a escassez de trabalhador pode continuar dificultando a retomada setorial.