A Pfizer (NYSE:PFE) anunciou na manhã de terça-feira (30) os resultados financeiros do quarto trimestre que superaram as projeções de Wall Street, embora ainda estejam abaixo das metas estabelecidas pela empresa há um ano. A empresa reiterou suas previsões financeiras para 2024, emitidas em dezembro durante uma reestruturação financeira significativa.
A Pfizer também é negociada na B3 através da BDR (BOV:PFIZ34).
Durante uma teleconferência com investidores, o CEO Albert Bourla reconheceu que as expectativas da empresa para o desempenho de seus produtos Covid-19 em 2023 estavam substancialmente erradas, impactando negativamente o preço das ações da Pfizer.
Em 2023, a Pfizer registrou receitas de US$58,5 bilhões e lucros diluídos ajustados de US$ 1,84 por ação, bem abaixo das previsões anteriores de US$ 67 bilhões a US$ 71 bilhões em receitas e lucros diluídos ajustados de US$ 3,25 a US$ 3,45 por ação.
As ações da Pfizer caíram 49% ao longo do ano devido a revisões frequentes das projeções financeiras. Agora, a empresa afirma ter redefinido sua situação financeira e está otimista em relação ao futuro.
A Pfizer anunciou lucro diluído ajustado de US$ 0,10 por ação no quarto trimestre, superando a estimativa de consenso dos analistas que previam uma perda de US$ 0,18 por ação. As receitas do trimestre totalizaram US$ 14,2 bilhões, ligeiramente abaixo da estimativa de consenso de US$ 14,4 bilhões.
Os resultados do quarto trimestre foram impactados por uma reversão de receitas de US$ 3,5 bilhões relacionadas à devolução de 6,5 milhões de ciclos de tratamento do antiviral Covid-19 da Pfizer, o Paxlovid, pelo governo dos EUA. A demanda pelo Paxlovid e pela vacina Covid-19 Comirnaty da empresa diminuiu significativamente. As receitas do Comirnaty no quarto trimestre caíram 53% em relação ao ano anterior, enquanto as receitas atribuídas ao Paxlovid foram negativas devido à reversão de receitas.
As vendas da família de vacinas Prevnar da Pfizer no trimestre foram de US$ 1,6 bilhão, uma queda de 8% em relação ao ano anterior, abaixo das estimativas. As vendas da nova vacina contra o vírus sincicial respiratório da empresa, Abrysvo, totalizaram US$ 515 milhões no trimestre, enquanto as vendas do medicamento para enxaqueca Nurtec foram de US$ 282 milhões, um aumento de 33% em relação ao ano anterior.
Em dezembro, a Pfizer emitiu projeções para 2024 bem abaixo das expectativas dos analistas e anunciou um programa de redução de custos de US$ 4 bilhões. A empresa reiterou essas projeções na terça-feira, prevendo lucros ajustados entre US$ 2,05 e US$ 2,25 este ano, com receitas entre US$ 58,5 bilhões e US$ 61,5 bilhões. A Pfizer também espera alcançar US$ 8 bilhões em vendas de produtos Covid-19 em 2024.
Após a aquisição da empresa biotecnológica Seagen por US$ 43 bilhões e da Biohaven Pharmaceuticals por US$ 11 bilhões em 2022, a Pfizer delineará suas prioridades para o ano, incluindo o foco na liderança em oncologia após a conclusão da aquisição da Seagen, investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, e maximização do desempenho de seus novos produtos.
Bourla também abordará a estratégia de mercado para o Abrysvo e a expansão do mercado de RSV. A empresa enfrenta desafios com a expiração de patentes que podem resultar em perdas anuais de US$ 17 bilhões no final da década. Além disso, sua pílula para obesidade em testes clínicos apresentou resultados decepcionantes, e seu caminho para aprovação regulatória e posição de mercado é incerto.
O relatório da Pfizer inicia uma semana movimentada de divulgação de resultados das grandes empresas farmacêuticas, com relatórios previstos para praticamente todas as principais empresas do setor.