A construtora Tenda divulgou suas projeções empresariais (guidance) para o ano de 2024, segregadas entre as duas operações do Grupo (Tenda e Alea).
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:TEND3) nesta segunda-feira (08).
Para as vendas líquidas, definidas como o resultado da subtração entre as vendas brutas do exercício e os distratos realizados do exercício, ajustados todos os valores à participação societária da Tenda, a companhia projeta uma oscilação entre o mínimo de R$ 3,2 bilhões e o máximo de R$ 3,5 bilhões, e para Alea uma oscilação entre o mínimo de R$ 400 milhões e o máximo de R$ 500 milhões.
Para o Ebitda Ajustado, estima-se uma oscilação entre o mínimo R$ 375 milhões e o máximo de R$ 425 milhões no segmento Tenda, e entre R$ -50,0 milhões e R$ -30,0 milhões no segmento Alea.
Para a Margem Bruta Ajustada, entendida como a razão entre o resultado bruto do exercício e a receita líquida consolidada do exercício, a companhia estima uma oscilação entre o mínimo de 29% e o máximo de 31% para o segmento Tenda, e entre o mínimo de 9% e o máximo de 11% para o segmento Alea.
VISÃO DO MERCADO
Itaú BBA
Já o Itaú BBA prevê uma reação neutra do mercado, dado que os números divulgados estão amplamente alinhados com as estimativas em termos de lucratividade e apenas um pouco acima da projeção do banco para vendas líquidas.
Dito isso, as novas projeções podem pesar nas expectativas de lucros para 2025 (o consenso do comprador é de R$ 350-400 milhões contra a expectativa do BBA de R$ 285 milhões), embora o banco reconheça que isso foi um tanto antecipado no desempenho recente das ações (queda de 19%) acumulado no ano contra queda de 1% do Ibovespa).
O Itaú BBA mantém classificação de market perform (desempenho igual a média do mercado, equivalente à neutro) e preço-alvo de R$ 17, à medida que continua a encontrar assimetrias de risco-recompensa mais atrativas em outros nomes do setor. A Tenda está sendo negociada a 9,7 vezes Preço/Lucro (PL) para 2024 e 5,2 vezes P/L para 2025, contra os respectivos 7,1 vezes e 5,8 vezes da Direcional.
XP Investimentos
Segundo a XP Investimentos, a projeção de margem bruta ajustada das operações da Tenda indica um cenário mais saudável para as margens em 2024, o que é um sinal positivo de que o core business (negócio principal) da empresa está no caminho certo com seu processo de recuperação de rentabilidade.
“Além disso, o guidance de vendas líquidas da Tenda indica uma continuação do sólido momento de demanda, o que vemos como positivo para a visibilidade do desempenho operacional”, diz relatório do Itaú BBA.
Já Alea é o destaque negativo, na visão da XP. Embora as perspectivas mais fortes para as vendas líquidas sinalizem que o segmento deve continuar ganhando relevância nas operações da Tenda, analistas acreditam que os níveis de margem bruta fracas da Alea e o Ebitda ainda sob pressão devem continuar prejudicando os resultados da Tenda no curto prazo.
Com isso, a XP mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 11,0 para ação da Tenda.