O Banco do Brasil encerra a temporada de resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23) dos bancões em mais um período agitado para o setor, com o Itaú até então aparecendo como destaque positivo, Santander Brasil não empolgando, enquanto o Bradesco apareceu como o de pior desempenho até então em reação ao balanço.
O banco estatal, que viu suas ações saltarem mais de 70% em 2023 e divulga o balanço após o fechamento do mercado nesta quinta-feira (8), deve se juntar ao Itaú entre os bancões com números positivos, apesar das projeções de apenas uma ligeira alta de 1,78% do lucro na base anual. O consenso LSEG com mercado projeta um resultado positivo de R$ 9,2 bilhões nos últimos três meses de 2023, ante R$ 9,039 bilhões do 4T22.
A XP espera mais um trimestre de crescimento robusto na carteira de crédito do Banco do Brasil (BOV:BBAS3), provavelmente em linha com o ponto médio do seu guidance (8% – 12%), mais uma vez impulsionado principalmente pelo crédito rural. Além disso, projeta que sua margem financeira (NII) salte 11% quando comparado ao ano passado e praticamente estável frente o 3T23, principalmente devido a receitas de tesouraria mais fracas.
Já sobre a inadimplência, prevê um ligeiro aumento (+10 pontos-base, para 2,9%), que continua a ser a mais baixa entre os seus pares e reflete o perfil defensivo da sua carteira. A casa vê um lucro líquido de R$ 8,8 bilhões no quarto trimestre (-2% frente o 4T22 e estável ante o 3T23), resultando num ROAE (retorno sobre o patrimônio líquido médio) de 21,1%.
Na visão da Genial, para o 4T23, a carteira de crédito apresentará um crescimento de 11,2% frente o 4T22 e 4,8% ante o 3T23, fechando o ano no meio do guidance.
A carteira agro continuará com um bom desempenho, seguida pela carteira pessoa física. Já as provisões para devedores duvidosos (PDD) devem apresentar uma estabilidade ano a ano, mas com queda de 13,1% ante o 3T23 (o trimestre anterior foi impactado por R$ 507 milhões de provisões de Americanas), levando a PDD para o topo do guidance de 2023.
O Bradesco BBI avalia que a margem com clientes deve compensar pressão potencial das despesas com provisão.
“Esperamos que o lucro líquido do Banco do Brasil cresça ligeiramente em relação ao trimestre anterior, com base na margem financeira mais forte, enquanto a despesas operacionais devem estar sob controle. Notavelmente, a margem com clientes do banco deverá manter um ritmo forte, mas isso poderá ser parcialmente compensado por maiores despesas com provisões (potencialmente crescentes em termos trimestrais), refletindo maiores originações no segmento corporativo”, avalia.
Enquanto isso, o BBI também espera que o índice de inadimplência do Banco do Brasil apresente ligeira deterioração no trimestre, principalmente devido a alguma pressão proveniente de empréstimos ao agronegócio e PMEs, enquanto pessoas físicas e jurídicas devem manter um ritmo saudável. Já as receitas com tarifas devem apresentar desempenho semelhante ao 3T23, enquanto as despesas operacionais provavelmente permanecerão sob controle, com apenas um ligeiro aumento no trimestre. “Assim, esperamos R$ 9,1 bilhões de lucro líquido, refletindo ROE de 21,4%”, finaliza.