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Iguatemi (IGTI11): lucro líquido de R$ 119,8 milhões no 4T23, aumento de 28,3%

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A administradora de shoppings Iguatemi registrou aumento de 28,3% no lucro líquido no quarto trimestre de 2023 em relação a igual período de 2022, saindo de R$ 93,4 milhões para R$ 119,8 milhões. O resultado ficou abaixo do previsto pelo cosenso LSEG, que projetava lucro de R$ 244 milhões.

Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 134,6 milhões no quatro trimestre de 2023, alta de 9,5% ante o mesmo período de 2022.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 227,2 milhões, alta anual de 21,1%. Isso levou a uma elevação da margem Ebitda ajustada de 7,9 p.p. (pontos percentuais), para 72,1%.

A receita líquida somou R$ 315,1 milhões no quarto trimestre do ano passado, crescimento de 7,8% na comparação com igual etapa de 2022.

As despesas somaram R$ 30,9 milhões no 4T23, uma redução de 15,4% em relação ao mesmo período de 2022.

No 4T23 o NOI (receita operacional líquida, na sigla em inglês) na participação Iguatemi atingiu R$ 302,3 milhões, com crescimento de 15,4% sobre o 4T22.

Em 31 de dezembro de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$ 1,757 bilhão, um crescimento de 16% na comparação com setembro de 2023.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2,11 vezes em dezembro/23, queda de 0,26 p.p. em relação a setembro de 2023.

Os resultados da Iguatemi (BOV:IGTI11) referentes às suas operações do quarto trimestre de 2023 foram divulgados no dia 20/02/2024.

  • Iguatemi aprova distribuição de dividendos no valor de R$ 200 milhões

O conselho de administração da Iguatemi aprovou a proposta de destinação do resultado do exercício encerrado em 31/12/2023, incluindo a distribuição de R$ 200 milhões a título de dividendos, a ser submetida à assembleia geral ordinária a realizar-se em 18/04/2024.

O conselho de administração também declarou, a título de antecipação, dividendos no montante total de R$ 50 milhões representando R$ 0,02394718907 por ação ordinária; R$ 0,07184156722 por ação preferencial e, portanto, R$ 0,16763032351 por Unit.

Teleconferência

Na teleconferência de resultados, realizada hoje, os executivos do Iguatemi deram mais detalhes de como a companhia pretende entregar um aumento de receita e de lucratividade.

Do lado da receita, a companhia pretende expandir alguns ativos, com a demanda elevada, e menciona que a assinatura de contratos está em níveis recordes, bem como os preços cobrados.

“O nível de desconto que temos hoje é menor do que tínhamos antes de entrar na recessão de 2015. Maturação dos ativos e demanda por espaços faz com que a gente tenha capacidade de chegar ainda mais longe”, falou Cristina Betts, CEO do Iguatemi. “Vamos escalar nos aluguéis e na ocupação, mas também em outras linhas. Vamos continuar buscando o ganho real em cima da correção”, completou Guido Oliveira, CFO.

Na frente de desinvestimentos, a Iguatemi mencionou que segue “lapidando seu portfólio” – considerando o bom momento do mercado. Na frente de investimentos, mesmo com a alavancagem recuando ao longo de 2023, a companhia defende que manterá sua racionalidade sem deixar de acompanhar possíveis bons negócios.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

“A empresa combinou indicadores positivos no geral, impulsionados por: um aumento na taxa de ocupação, um rendimento de dividendos proposto de 3%, forte crescimento da receita principal, e-commerce atingindo o ponto de equilíbrio, e guidance divulgado para 2024”, expõe o time do Bradesco BBI, encabeçado por Bruno Mendonça.

Para o guidance de 2024, a Iguatemi divulgou que pretende aumentar sua receita de shoppings de 4% a 8% e colocar sua margem Ebitda nesse segmento de 82% a 85% de 83,6% em 2023. Já a margem Ebitda total deve ficar entre 75% e 79%, de 75% no ano passado, e os investimentos, entre R$ 190 e R$ 230 milhões, contra R$ 199,3 milhões em 2023.

 Goldman Sachs

O time do Goldman Sachs, encabeçado por Jorel Guilloty, menciona que apesar de o Iguatemi ter trazido uma receita – de R$ 315,1 milhões – abaixo do consenso, o Ebitda foi destaque, com o e-commerce do grupo puxando o resultado para cima. “Essa divisão alcançou o ponto de equilíbrio no trimestre pela primeira vez, com R$4,7 milhões em Ebitda (margem de 13%) contra um Ebitda negativo de R$ 3,2 milhões no terceiro trimestre”, diz. A divisão de shoppings, segundo eles, também trouxe uma melhoria na margem bruta de 650 pontos base na comparação anual, chegando a 87,6%.

Do lado da receita, eles explicam que o principal peso no resultado foram os descontos acima do que esperavam em aluguéis, ficando 4% abaixo do consenso, em R$ 251 milhões. A receita líquida total do Iguatemi foi de R$ 311 milhões, 7% abaixo do número projetado pelo banco americano.

Itaú BBA

Do lado operacional, o Itaú BBA vai na mesma linha. “As receitas líquidas ficaram ligeiramente abaixo da nossa estimativa, mas com um aumento de 9% ao ano. As despesas de SG&A [com vendas, gerais e administrativas, na sigla em inglês] na divisão de shoppings estavam quase em linha com nossa previsão, mas um resultado melhor na divisão de varejo, combinado com resultados imobiliários melhores do que o esperado (refletindo vendas de lotes de terreno pelo Iguatemi Campinas), impulsionaram o Ebitda”, explica a equipe do banco, liderada por Daniel Gasparete.

Os destaques para o BBA, bem como para o Bradesco BBI, no entanto, ficaram para o lucro do Iguatemi, os dividendos de R$ 200 milhões e o guidance. A combinação entre Ebitda melhor do que o esperado e o recuo dos gastos com dívidas puxaram o número para cima.

“Temos uma recomendação de compra para as ações da Iguatemi, impulsionada por expectativas de expansão da margem de Ebitda”, fala o Goldman. “Os números apoiam nossa estimativa de FFO (fundos de operações, termo que os investidores usam para descrever o fluxo de caixa de uma empresa imobiliária ou um fundo de investimento imobiliário) de R$ 660 milhões para 2024 (que está alinhada com o consenso), com uma redução projetada nos custos e despesas na divisão de varejo compensando o crescimento mais suave da receita principal para o segmento de shoppings”, diz o BBA.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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