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Ano de 2024 deve ser mais positivo para as companhias expostas ao atacarejo

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O ano de 2024 – para muitos analistas e executivos envolvidos no setor – deve ser mais positivo do que o anterior para as companhias expostas ao atacarejo, caso do Assaí e do Carrefour, dono da rede Atacadão. Mas o primeiro, para alguns, está mais bem posicionado para surfar a onda mais positiva do que o concorrente.

A melhora para esse ano já era, em grande parte, esperada. 2023 foi marcado por uma inflação baixa, com algumas categorias de alimentos trazendo, inclusive, deflação. No último trimestre, com o ciclo de queda dos juros já trazendo impactos, no entanto, uma alta dos preços começou a aparecer para alguns produtos. E essa tendência deve continuar em 2024.

Há dois fatores que nos cenários de preços parados – ou de queda – são negativos para companhias como Assaí e Carrefour (BOV:CRFB3), com foco maior no chamado atacarejo. Quando a variação de preço está baixa, as pessoas e comerciantes tendem a montar menos estoques, já que não há risco dos preços aumentarem, o que impacta o faturamento dessas varejistas. Fora isso, em um cenário de deflação, não raro essas empresas veem seus estoques perdendo valor de mercado, tende de vender produtos por preços menores do que pagaram.

Esses argumentos apareceram em relatórios de casas de análise e também durante as teleconferências de resultados do quarto trimestre. Já em reunião recente com o time do Morgan Stanley, Belmiro Gomes, CEO do Assaí (BOV:ASAI3), e Gabrielle Helú, diretora de RI voltaram a adotar um tom mais construtivo para 2024.

“Para 2024, a gestão foi mais construtiva em relação ao cenário de consumo, citando taxas de referência mais baixas e melhores tendências no poder de compra. A gestão espera ainda o fim da deflação, incluindo o potencial para a inflação de alimentos atingir cerca de 4% durante este ano”, expõe o time do banco americano. “Ecoamos a configuração mais construtiva da indústria e notamos uma melhoria direcional nas tendências de preços”.

Segundo eles, o Assaí ainda vê espaço para abertura de unidades do atacarejo, mas em um ritmo mais lento, devido à expansão recente, com conversão dos hipermercados Extra, e à alavancagem resultante. A redução da relação entre dívida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), inclusive, deve ficar em destaque durante este ano – não só para o Assaí como também para o Atacadão, que adquiriu o Grupo BIG.

O Carrefour, por sua vez, anunciou na sua teleconferência de resultados que está em meio a um processo de fechamento de mais de 100 unidades que performaram pior. O anúncio foi bem visto, com analistas enxergando que a companhia chega à 2024 com a “casa limpa”.

De qualquer forma, para as duas companhias, o esperado é que, para além do cenário macro, a maturação de lojas impulsione os resultados. Para o Bradesco BBI, contudo, o Assaí está mais bem posicionado para surfar o momento por conta de sua maior produtividade.

“Mergulhamos nos indicadores de desempenho trimestrais e vemos que agora Assaí e Atacadão têm tamanhos médios de loja similares, e cerca de 80% das unidades estão localizadas dentro de um raio de 5km uma da outra. No entanto, existe uma grande lacuna na produtividade das lojas que deixa o Assaí em melhor posição para colher um crescimento de receita de dois dígitos”, diz a equipe do banco brasileiro.

Segundo eles, o Assaí, por enquanto, traz uma receita por metro quadrado 20% maior do que a do seu principal concorrente. Além disso, lucro bruto e despesas gerais, com vendas e administrativas (SG&A, na sigla em inglês) devem melhorar em 2024). “Pensamos que a empresa tem as alavancas de baixo para cima para manter ganhos de participação de mercado, bem como acelerar o crescimento do lucro e do fluxo de caixa”, diz o time.

Resta saber se os fechamentos das unidades menos produtivas por parte do Atacadão podem mudar esses fatores ao longo do ano.

O Assaí atualmente tem segundo a LSEG, 13 recomendações de compra e uma neutra, com preço-alvo fixado em R$ 17, upside de 21% frente o fechamento da sexta-feira. O Carrefour, por sua vez, tem sete recomendações de compra e sete neutras, com preço-alvo em R$ 16, upside de 37%.

Informações Infomoney

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