Ibovespa cai 0,08%, em linha com os mercados americanos e recuo Vale, mas reduz perdas com ajuda da Petrobras

O Ibovespa fechou em leve queda nesta quinta-feira, em linha com os mercados americanos, após indicadores econômicos que sinalizam taxas de juros altas por mais tempo nos Estados Unidos. No mercado local, investidores reagiram negativamente aos resultados da Vale, mas o índice reduziu perdas no final do dia, com decisão da assembleia de acionistas da Petrobras de pagar 50% dos dividendos retidos aos acionistas, como proventos extraordinários.

O Índice Bovespa (Ibovespa), que reflete o desempenho médio das cotações das principais ações de empresas negociadas na BM&FBOVESPA, é formado pelas ações com maior volume negociado nos últimos meses.

O Ibovespa fechou com recuo de 0,08%, aos 124.645 pontos, com volume de negócios de R$ 16,9 bilhões, considerado mediano. Foi a terceira sessão consecutiva de perdas.

No Brasil, em meio a uma agenda esvaziada de indicadores econômicos, investidores voltam as atenções principalmente para o noticiário corporativo, que ganhou força com balanços e principalmente com a reunião do conselho da Petrobras que decidiu pagar 50% dos dividendos retidos aos acionistas.

Com o valor aprovado hoje, de forma extraordinária, a remuneração total dos acionistas da Petrobras, referente a 2023, atinge R$94,3 bilhões. Restam a ser pagos aos acionistas R$2,89 por ação, em duas parcelas, em maio e junho, de R$1,44 cada.

Ainda na parte da tarde, fontes ouvidas pelo Broadcast disseram que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já teria dado o aval para que a estatal pague também os outros 50% dos dividendos retidos para os acionistas, no segundo semestre. Com a decisão do conselho e a fala de Lula, os papéis da estatal ganharam força e foram os maiores contribuidores do Ibovespa, amenizando as perdas do índice.

Além da novela sobre os dividendos da Petrobras, investidores reagiram a balanços corporativos, incluindo de Assaí, Vale e Klabin. O destaque fica com os resultados da Vale, que registrou lucro líquido de US$1,67 bilhão no primeiro trimestre do ano, uma queda de 9% na base anual, em balanço visto por analistas em geral como fraco, mas dentro do esperado.

De acordo com a mineradora, o desempenho inferior na comparação anual se deve aos menores preços realizados de finos de minério de ferro. Bancos apontaram a geração de fluxo de caixa livre de US$2 bilhões como ponto positivo.

As ações da Cogna saltaram após o JP Morgan revisar recomendação de ‘neutra’ para ‘compra’, com os analistas dizendo que “o pior já parece ter passado para o setor” de educação, e ressaltando que a captação do primeiro semestre de 2024 da Cogna deve vir melhor que a de seus pares.

Em Nova York, os principais índices acionários encerraram em queda e os rendimentos dos títulos do Tesouro americano em alta, com investidores reagindo aos últimos dados econômicos dos EUA, que mostraram uma desaceleração no crescimento e apontaram para uma inflação e um mercado de trabalho resistentes, alimentando os temores por juros altos por mais tempo.

Os índices Dow Jones, S&P500 e o Nasdaq 100 recuaram 0,98%, 0,46% e 0,64%, respectivamente. Ao fim do dia, os rendimentos das Treasuries de dez anos subiam 4,8 pontos-base, a 4,702%, e as de dois anos avançavam 6,1 pbs, a 4,998%.

Os mercados americanos operam com um sentimento de maior aversão ao risco após uma bateria de dados econômicos divulgados pela manhã, que reforçaram a cautela do Federal Reserve para iniciar os cortes nas taxas de juros, em meio a uma economia resiliente e que demonstra força, principalmente no mercado de trabalho, favorecendo o consumo.

A primeira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA apontou crescimento abaixo do esperado no primeiro trimestre, de 1,6%, ante consenso de projeções de 2,4%. Mas o indicador trimestral do PCE mostrou aceleração da inflação e os dados de pedidos de auxílio-desemprego vieram abaixo do esperado, ressaltando a força do mercado de trabalho e sugerindo que o Fed não cortará a taxa de juros tão cedo.

Após a divulgação dos indicadores, os investidores reduziram as expectativas de uma flexibilização da política monetária da Reserva Federal já no primeiro semestre deste ano. As apostas em derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME) agora sugerem que haverá apenas um corte na taxa de juros este ano.

Entre as ações, destaque para a Meta, que despencou mais de 10% após a divulgação de resultados. Embora o balanço tenha superado estimativas, o mercado reagiu negativamente a projeções de queda de receita para o segundo trimestre e de maiores gastos com investimentos em inteligência artificial. Analistas do Itaú BBA disseram que a decisão da Meta parece no caminho certo, mas não deve gerar frutos antes de pelo menos três anos.

Os resultados da Meta contaminaram a maior parte das ações de tecnologia, que recuaram na sessão e levantaram preocupações com outras empresas do setor que estão programadas para divulgar seus balanços hoje a noite, como Microsoft e Alphabet.

DESTAQUES DO IBOVESPA – (pregão à vista)

• ALTAS IBOVESPA

COGN3: +8,00% a R$ 2,16
PETZ3: +4,29% a R$ 4,86
YDUQ3: +3,37% a R$ 14,74
EMBR3: +2,42% a R$ 32,15
UGPA3: +2,27% a R$ 26,17

• BAIXAS IBOVESPA

ASAI3: -3,27% a R$ 3,27
AZUL4: −3,25% a R$ 3,25
MGLU3: −2,80% a R$ 2,80
ALOS3: −2,73% a R$ 2,73
BHIA: −2,64% a R$ 2,64

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Americanas (AMER3)

   A Americanas tomou conhecimento de requerimento para instauração de arbitragem, apresentado pelo Instituto Ibero-Americano da Empresa (Instituto Empresa), na qualidade de substituto processual, perante a Câmara de Arbitragem do Mercado da B3. Saiba mais…

   Assaí (ASAI3)

   A rede de supermercados Assaí reportou lucro líquido de R$ 93 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), montante 19,2% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2023 e acima dos R$ 54,3 milhões previstos pelo consenso LSEG. Saiba mais…

   Eneva (ENEV3) e Petrorecôncavo (RECV3)

   A Eneva informou em comunicado ao mercado, que não está em tratativas com a PetroReconcavo, que também se manifestou no final desta tarde no mesmo sentido, em resposta a uma reportagem veiculada mais cedo pelo jornal Valor Econômico sobre uma possível fusão. Saiba mais…

   Equatorial (EQTL3)

   A Equatorial Energia aprovou o aumento do capital social da companhia, dentro do limite do capital autorizado, no valor de até R$ 516.198.688,66. Saiba mais…

   JHSF (JHSF3)

   A JHSF Participação apresentou um crescimento de 19,4% nas vendas em shoppings da companhia no primeiro trimestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2023, com R$ 1,08 bilhão. Saiba mais…

   Klabin (KLBN11)

   A Klabin reportou lucro líquido de R$ 460 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T24), montante 64% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2023, informou a companhia. Saiba mais…

   Log CP (LOGG3)

   A Log CP, que desenvolve, loca e administra galpões logísticos, quase dobrou seu lucro líquido do primeiro trimestre ante mesmo período do ano anterior, citando altos patamares de pré-locação e uma estabilização no baixo nível de vacância. Saiba mais…

   Magazine Luiza (MGLU3)

   O Magazine Luiza aprovou proposta de grupamento de ações na proporção de 10 para 1, sem modificação da cifra do capital social. Saiba mais…

   Méliuz (CASH3)

   O Méliuz assinou contrato para aquisição de 19,4% da Zoppy Tecnologia, empresa que presta serviços de gestão de CRM (Customer Relationship Management) voltada ao mercado de pequenos e médios varejistas, por R$ 2,9 milhões. Saiba mais…

   Petrobras (PETR3/PETR4)

   A sessão desta quinta-feira (25) marca o fim do prazo para quem planeja receber uma parte dos R$ 14,2 bilhões de dividendos aprovados pela Petrobras. A estatal ainda analisa a distribuição de outros R$ 22 bilhões. Saiba mais…

   A Petrobra informou a assinatura de um Memorando de Entendimentos (MoU) com a estatal de energia da Argentina Enarsa para estudos de parcerias no segmento de gás natural. Saiba mais…

   Vale (VALE3)

   A Vale registrou lucro de US$ 1,679 bilhão de forma líquida (atribuível aos acionistas) no primeiro trimestre de 2024 (1T24). Um ano antes, o lucro foi de US$ 1,837 bilhão, configurando uma queda de 9% na base anual. Fora isso, o número ficou abaixo do consenso do mercado, que enxergava um lucro de US$ 1,83 bilhão. Saiba mais…

   (Com informações da TC Mover e Momento B3)