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A atividade industrial da China caiu inesperadamente em Maio, mantendo vivos os apelos por novos estímulos, à medida que uma prolongada crise imobiliária na segunda maior economia do mundo continua a pesar sobre a confiança das empresas, dos consumidores e dos investidores.
O índice oficial de gerentes de compras (PMI) do setor industrial caiu para 49,5 em maio, de 50,4 em abril, informou o Departamento Nacional de Estatísticas (NBS) na sexta-feira, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e falhando na previsão de 50,4 dos analistas.
O número decepcionante soma-se a uma série de indicadores recentes que mostram que a economia de 18,6 biliões de dólares está a lutar para se recuperar, minando o otimismo anterior visto após dados de produção e comércio melhores do que o esperado.
“Penso que os dados reflectem particularmente a fraca procura interna, o sector imobiliário continuou a piorar e as vendas a retalho não foram fortes”, disse Xu Tianchen, economista sénior da Economist Intelligence Unit.
“A leitura de maio pode indicar uma crise temporária. Provavelmente veremos uma melhoria em junho, à medida que novas políticas governamentais começarem a ter impacto, como o plano de resgate imobiliário e a emissão de títulos soberanos especiais”, acrescentou.
Os subíndices do IGC para novas encomendas e novas encomendas de exportação voltaram a contrair após dois meses de crescimento, enquanto o emprego continuou a diminuir.
O subíndice de serviços no âmbito do inquérito ao sector não transformador do DNE melhorou para 50,5 em Maio, face a 50,3 em Abril. Mas o crescimento representado pelo índice mais amplo de serviços, que também inclui a construção, desacelerou em Maio para 51,1, face aos 51,2 do mês anterior.
Os problemas no setor imobiliário tiveram um impacto negativo em amplas áreas da economia da China e abrandaram os esforços de Pequim para mudar o seu modelo de crescimento mais para o consumo interno, a partir do investimento alimentado pela dívida.
As vendas no varejo no mês passado cresceram ao nível mais lento desde dezembro de 2022, enquanto os preços das casas novas caíram ao ritmo mais rápido em nove anos, sugerindo que é muito cedo para dizer se a economia abalada finalmente virou uma esquina.
O Fundo Monetário Internacional reviu na quarta-feira a sua previsão de crescimento da China para cima em 0,4 pontos percentuais, para 5% em 2024 e 4,5% em 2025, mas alertou que o setor imobiliário do país continua a ser um risco chave para o crescimento.
A China revelou este mês medidas “históricas” para estabilizar o mercado imobiliário, mas analistas dizem que as medidas ficam aquém do que é necessário para uma recuperação sustentável.
O FMI disse ver “espaço para um pacote de políticas mais abrangente para abordar questões do setor imobiliário”.
Nie Wen, economista do Shanghai Hwabao Trust, disse que o declínio reforçou a necessidade de mais apoio.
“Ainda há necessidade de reforçar o estímulo do lado da procura, ao mesmo tempo que se ordenam os canais de crédito o mais rapidamente possível para evitar a contracção dos balanços das instituições financeiras, o que teria um efeito negativo na economia”, disse Nie.
PMI oficial do setor de serviços cai para 51,1 pontos em maio
A Federação Chinesa de Logística e Compras (CFLP, da sigla em inglês), divulgou ontem (30) seu PMI (Purchasing Managers Index, ou índice de gerentes de compras) do setor de serviços em maio, que caiu para 51,1 pontos. Em abril, o índice havia registrado 51,2 pontos. A previsão era de 51,5 pontos.
Este é considerado o PMI oficial, que geralmente é divulgado antes do PMI da Caixin, em parceria com o S&P Global. Os dados são de alta relevância para os mercados financeiros em várias classes de ativos, dada a influência da China na economia global.
Indices abaixo de 50 indicam retração na produção, e se eles ficarem acima deste valor, mostra que a economia está em expansão.
“Em geral, o setor de serviços manteve a tendência de crescimento estável do mês anterior, mas a pressão da insuficiência de demanda ainda persiste. Embora o índice de novos pedidos tenha subido ligeiramente em relação ao mês anterior, ainda permanece abaixo de 47%, um nível relativamente baixo”, diz Cai Jin, vice-presidente da CFLP.
