O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial do País, acelerou para 0,46% em maio, após a alta de 0,38% em abril, informou nesta terça-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 2,27% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%.
Em maio de 2023, a variação havia sido de 0,23% e o indicador acumulava alta de 3,94% em 12 meses.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em maio. A maior variação veio do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 0,69% e 0,09 p.p. de contribuição.
Já os maiores impactos vieram de Alimentação e bebidas (0,62%) e Habitação (0,67%), com 0,13 p.p. e 0,10 p.p. respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o -0,53% de Artigos de residência e o 0,50% de Vestuário.
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Os dados de maio ficaram acima do esperado, pois o consenso LSEG de analistas estimava inflação de 0,42% na comparação mensal. A estimava para a inflação em 12 meses era de 3,89%.
Alimentos
O resultado do mês foi mais pressionado pelos preços dos alimentos e bebidas, influenciados, sobretudo, pela alta dos tubérculos, raízes e legumes (6,33%). Dentre eles, o destaque foi a batata-inglesa, com aumento de 20,61%, o maior impacto individual sobre o índice geral.
Segundo o gerente da pesquisa, André Almeida, a mudança das safras é um dos fatores relacionados ao aumento do tubérculo. “Em maio, com a safra das águas na reta final e um início mais devagar da safra das secas, a oferta da batata ficou reduzida. Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras”, diz.
Além da batata-inglesa, outros alimentos com grande presença na mesa dos brasileiros também subiram em maio, com destaque para a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%).
“O leite está em período de entressafra e houve queda nas importações. Essa combinação resultou em uma menor oferta. Em relação ao café, os preços das duas espécies têm subido no mercado internacional, o que explica o resultado de maio”, destaca o pesquisador.
Mesmo com essas altas, o preço da alimentação no domicílio (0,66%) desacelerou ante abril (0,81%). Esse comportamento é explicado pelas variações negativas de alguns alimentos, como as frutas (-2,73%).
“O principal alimento com queda em maio foram as bananas: a maior oferta da banana d’água pressionou os preços da prata, e as duas baixaram. Isso ajudou a segurar o aumento da alimentação no domicílio”, analisou Almeida em nota.
Por outro lado, os preços da alimentação fora do domicílio (0,50%) subiram mais do que no mês anterior (0,39%), influenciados pela aceleração do lanche (de 0,44% para 0,78%). Já a variação da refeição (0,36%) ficou próxima à registrada em abril (0,34%).
Habitação, saúde e transportes
Depois de alimentação e bebidas, o grupo que mais influenciou o resultado geral foi o de habitação (0,67%), com a alta da energia elétrica residencial (0,94%), o terceiro item de maior impacto individual sobre o resultado geral.
Segundo o IBGE, o resultado é explicado pela aplicação dos reajustes tarifários em Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Aracaju (SE). A taxa de água e esgoto (1,62%) e o gás encanado (0,30%) também contribuíram para a alta do grupo.
Já a variação de saúde e cuidados pessoais (0,69%) foi a maior entre os nove grupos investigados pela pesquisa. O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços do plano de saúde (0,77%) e dos itens de higiene pessoal (1,04%), com destaque para perfume (2,59%) e produto para pele (2,26%).
“Maio é marcado pelo Dia das Mães, que colaborou para o aumento de preços dos perfumes, artigos de maquiagem e produtos para pele”, avalia o gerente.
No grupo dos transportes (0,44%), a passagem aérea registrou a primeira alta do ano (5,91%) e foi o quarto item individual de maior impacto na inflação do país. Em abril, a deflação desse item tinha sido de 12,09%.
Além dele, em maio, houve alta nos combustíveis (0,45%), impactada pelo etanol (0,53%), pelo óleo diesel (0,51%) e pela gasolina (0,45%). Também subiram os preços do metrô (1,21%) e do táxi (0,55%).
Custo da construção desacelera para 0,17% em maio
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) subiu 0,17% em maio, desacelerando após o avanço de 0,41% registrado em abril, informou nesta terça-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o índice está em 0,99% e a taxa acumulada em 12 meses foi de 2,31%.
Segundo o IBGE, o custo nacional da construção foi de R$ 1.739,26 por metro quadrado em maio. A parcela dos materiais teve redução de 0,05%, enquanto o custo da mão de obra subiu 0,46%.