Mesmo com alta acumulada de cerca de 50% no ano, o JPMorgan reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para ação da BRF, pois vislumbra uma forte perspectiva de negócios à frente tanto nas operações internacionais quanto nas operações no Brasil, bem com uma avaliação atraente.
O preço-alvo foi elevado de R$ 22,50 ao final de 2024 para R$ 25 no final de 2025, ou uma alta de 20% em relação ao fechamento de terça-feira (25). Às 10h45 (horário de Brasília) desta quarta (26) com alta de 1,15%, a R$ 21,04.
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O banco americano explica que a “redução do endividamento e a melhoria dos indicadores operacionais (KPIs) devem tornar o negócio mais previsível e menos volátil, qualificando-o para uma reavaliação”.
Para os analistas do banco americano, as tendências positivas recentes nos mercados globais de frango (oferta e demanda equilibradas), juntamente com o excesso de oferta de grãos e um real mais fraco, tornam a BRF (BOV:BRFS3) um caso atraente para quem busca exposição a exportadores.
Nesse contexto, a combinação de um ambiente operacional melhor, forte demanda e um real mais fraco levou o banco a aumentar a estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2024 em 7%, para R$ 8,6 bilhões, agora 5% acima do consenso (8% acima para 2025).
A equipe de research do JPMorgan também espera uma boa melhora no fluxo de caixa livre para os acionistas (FCFE), que deve terminar 2024 em R$ 3,5 bilhões, apoiado por uma ligeira melhora de 7% nas estimativas de Ebitda, para R$ 8,613 bilhões.
De acordo com relatório, os números atualizados agora mostram um atrativo rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de 10,2% para 2024. Além disso, analistas esperam uma melhora na alavancagem para 1,2 vez. Eles ainda projetam um pagamento de dividendos de 100%, o que implica um rendimento de dividendos de 10%.
Com relação ao desempenho das ações, os analistas explicam que tem sido sustentado por sua forte revisão de lucros e, embora haja agora menos espaço para revisões positivas adicionais, os números permanecem acima do mercado. Por outro lado, o JPMorgan ainda não vê sinais fortes de pico do ciclo.
Para o segundo trimestre, o banco projeta um Ebitda de R$ 2,2 bilhões, cerca de 9% acima do consenso de mercado.
O JPMorgan ainda avalia que as operações internacionais provavelmente permanecerão em destaque pelo restante do ano. “O tom permanece construtivo para os mercados de aves do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), com um cenário de oferta e demanda mais equilibrado e custos contidos levando a uma boa visibilidade de margens”, diz o banco.
Além dos bons fundamentos da indústria, segundo analistas, o foco na eficiência também está dando frutos, com o BRF reduzindo significativamente os níveis de estoque e melhorando a eficiência das plantas.
Para analistas, as melhorias na sincronização de mercadorias e chegadas de caminhões aumentaram a produtividade, adicionando vantagens competitivas em distribuição, vendas e logística.
Em termos de custos, considerando a ampla oferta de milho nos mercados internacionais e na maioria dos lugares onde a BRF opera, o banco espera que os custos permanecerão bem comportados em 2024.
Já os volumes das operações no Brasil podem finalmente estar em uma tendência de alta, com melhor mix de canais. O JPMorgan continua a ver dinâmicas favoráveis para as operações no Brasil com base em três pilares: (1) Ambiente de consumo sólido para alimentos processados e aves e suínos; (2) as margens do frango in natura têm se mostrado mais saudáveis, apesar dos sinais de aumento das colocações no mercado doméstico; (3) iniciativas de redução de custos da BRF, que capturaram R$3,8 bilhões em 2023 e devem capturar mais R$ 1,8 bilhões em 2024.
Por fim, em termos de avaliação, a BRF ainda parece relativamente barata, negociando a 5,4 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda para 2024, em comparação com a média de 5 anos de 6,8 vezes.