Ibovespa cai 0,99%, pressionado por ações ligadas a commodities e investidores ponderando sobre os riscos fiscais no Brasil

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, pressionado por ações ligadas a commodities, que sofreram com a piora nas perspectivas para a demanda da China, em meio à falta de sinalizações concretas do país sobre estímulos à economia em Plenária do Partido Comunista. Investidores ainda ponderaram os riscos fiscais no Brasil, que voltaram a ganhar os holofotes.

O Índice Bovespa (Ibovespa), que reflete o desempenho médio das cotações das principais ações de empresas negociadas na BM&FBOVESPA, é formado pelas ações com maior volume negociado nos últimos meses.

O índice Bovespa encerrou com queda de 0,99%, aos 126.589 pontos, com volume em R$ 18,9 bilhões, abaixo da média de 50 pregões, e com ampla maioria dos papéis fechando no vermelho. Apenas cinco ações que compõem o IBOV subiram no dia.

Os juros futuros encerraram a sessão em queda de até 15 pontos-base. O dólar à vista fechou com alta de 0,34% a R$5,5875, em linha com o índice Dólar DXY, que operava ao fim da tarde em alta de 0,16%, aos 104,45 pontos.

O crescente ceticismo quanto à capacidade do governo de cumprir a meta fiscal pesou no mercado, com a visão de que uma mudança nas regras pode ser necessária ajudando a manter um prêmio de risco embutido nos juros e no câmbio, segundo analistas.

A maior parte do mercado agora estima que o congelamento de R$15 bilhões recém-anunciado pelo governo nem sequer permitirá atingir o piso da meta fiscal, exigindo mais medidas à frente.

Além dos riscos fiscais, analistas do Itaú alertaram para probabilidade de o Banco Central ser obrigado a subir a taxa Selic caso o câmbio permaneça desvalorizado, devido aos impactos na inflação. De acordo com os analistas, um dólar perto de R$5,70 exigiria taxa Selic entre 11,3% e 11,9% para que a inflação atinja o centro da meta de 3% no início de 2026.

No ambito corporativo, destaque para o salto das ações da Embraer, que apagaram todas as perdas da véspera, com investidores reagindo à confirmação da venda de seis aeronaves modelo A-29 Super Tucano para a Força Aérea do Paraguai.

O balanço do Carrefour também foi destaque, abrindo a temporada de balanços entre empresas do Ibovespa. O Carrefour registrou lucro líquido de R$330 milhões no segundo trimestre, visto como “forte” por analistas, embora com avaliação de que o resultado estava em boa parte precificado pelo mercado, segundo a Genial.

Os principais índices acionários em Wall Street encerraram em leve queda, com investidores aguardando com cautela a divulgação dos resultados de Tesla e da Alphabet, agora à noite, que dão início à temporada de balanços do grupo conhecido como as “Sete Magníficas”.

Os índices Dow Jones, S&P500 e o Nasdaq 100 recuaram 0,14%, 0,16% e 0,06%, respectivamente. Os Treasuries yields de dois anos recuaram 3,0 pbs, 0,5 pbs a 4,491% e 4,249%, na sequência.

Em mais uma sessão sem grandes catalisadores econômicos, o mercado segue avaliando o cenário político, com foco nas eleições presidenciais nos EUA. Após a desistência de Joe Biden, a principal aposta entre os americanos é de que a vice-presidente Kamala Harris seja a substituta dos Democratas para concorrer com o republicano Donald Trump.

Pesquisa Reuters/Ipsos de intenção de votos divulgada hoje mostrou uma vantagem marginal de Kamala sobre Trump, revertendo a vantagem anterior do ex-presidente sobre Biden. Kamala teria 44% dos votos, contra 42% do rival, segundo a pesquisa nacional, uma diferença dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais.

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Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Carrefour (CRFB3)

   O Grupo Carrefour Brasil, dono do Atacadão, registrou um aumento na base anual de 412,5% no lucro líquido ajustado no segundo trimestre de 2024, alcançando R$ 151 milhões. Este crescimento, segundo a companhia, é reflexo da otimização de custos e a expansão eficiente das operações. Saiba mais…

   Embraer (EMBR3)

   A Embraer confirmou, durante o Farnborough International Airshow, na Inglaterra, a venda de seis aeronaves modelo A-29 Super Tucano para a Força Aérea do Paraguai, sem detalhar valores. Saiba mais…

   Equatorial (EQTL3)

   A Equatorial anunciou que seu conselho de adminstração aprovou a homologação do aumento de capital privado de R$ 516,1 milhões. Saiba mais…

   O presidente da Equatorial, Augusto Miranda, disse que a companhia tem vários ativos já maduros que podem ser colocados à venda para levantar recursos e financiar a aquisição dos 15% da Sabesp no processo de privatização. Saiba mais…

   Hapvida (HAPV3)

   A Hapvida celebrou memorando de entendimentos com a Riza Gestora de Recursos para o custeio de dois novos hospitais na modalidade Build to Suit (BTS – sob medida para as necessidades do locatário). Saiba mais…

   Light (LIGT3)

   A Light concluiu o procedimento de consent solicitation (Consent Solicitation) iniciado em 11 de julho de 2024, tendo sido apurados votos favoráveis de credores titulares de títulos de dívida emitidos no mercado internacional por suas subsidiárias Light SESA e Light Energia, com coobrigação da Companhia suficientes para a aprovação do aditamento da escritura de emissão das Notes. Saiba mais…

   Sabesp (SBSP3)

   A Sabesp divulgou, que as ações ON com exercícios sociais que se encerraram em 31 de dezembro de 2024 e 31 de dezembro de 2025 terão direito ao dividendo mínimo obrigatório da companhia. Saiba mais…

   Telefônica (VIVT3)

   A Telefônica Brasil informou que, por meio de sua subsidiária TCloud, focada em serviços de nuvens, comprou a IPNet por R$ 230 milhões. Saiba mais…

   Vale (VALE3)

   A Vale anunciou Shaun Usmar como o novo CEO da Vale Base Metals. Saiba mais…

   Zamp (ZAMP3)

   O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra de ativos que fazem parte da rede de cafeterias Starbucks no Brasil pela operadora brasileira de marcas internacionais de fast-food Zamp. Saiba mais…

   

   (Com informações da TC Mover e Momento B3)