No último trimestre, a Walt Disney Co. registrou lucros impressionantes no segmento de streaming, antecipando as expectativas da administração. Mesmo assim, as ações da empresa listadas em Nova Iorque fecharam em baixa de 4,5% na quarta-feira (7), refletindo preocupações sobre a redução dos gastos dos consumidores, especialmente nos parques temáticos.
A Walt Disney também é negociada na B3 através da BDR (BOV:DISB34).
O segmento de experiências, que inclui parques e cruzeiros, contribuiu com uma receita de US$ 8,39 bilhões, abaixo do consenso da FactSet de US$ 8,59 bilhões. A empresa destacou uma moderação inesperada na demanda do consumidor no final do terceiro trimestre, o que pode influenciar os resultados futuros, embora a administração espere que esses impactos não sejam prolongados, já que os consumidores relutam em cancelar férias.
Aproximadamente 60% das receitas de experiências da Disney vêm de parques e cruzeiros nacionais, com o restante dividido entre parques internacionais e produtos de consumo.
Em compensação à desaceleração nos parques, a unidade de entretenimento da Disney registrou um aumento de 4% na receita, atingindo US$ 10,58 bilhões, apesar da queda nas receitas de redes lineares. O segmento direto ao consumidor teve um aumento de 15%, alcançando US$ 5,81 bilhões.
O anúncio de um aumento nos preços do streaming destacou a capacidade da Disney de alavancar preços sem afastar consumidores. Historicamente, aumentos de preços causaram apenas uma rotatividade modesta de clientes. O segmento de streaming, incluindo Disney+, Hulu e ESPN+, atingiu a lucratividade um trimestre antes do esperado.
A receita total da Disney cresceu para US$ 23,16 bilhões, superando a estimativa dos analistas de US$ 23,08 bilhões. O lucro líquido foi de US$ 2,6 bilhões, ou US$ 1,44 por ação, comparado a um prejuízo de US$ 460 milhões no mesmo período do ano anterior. Ajustado, o lucro por ação foi de US$ 1,39, acima da expectativa de US$ 1,20.
O lucro operacional total dos segmentos subiu 19%, atingindo US$ 4,225 bilhões, impulsionado principalmente pelos resultados positivos do streaming. O negócio combinado de streaming gerou lucro operacional de US$ 47 milhões, contra um prejuízo de US$ 512 milhões no ano anterior.
A Disney destacou que os assinantes do Disney+ Core aumentaram 1% para 118,3 milhões, superando a expectativa de que não haveria crescimento de assinantes no terceiro trimestre fiscal. O Hulu também viu um crescimento de 2% nos assinantes, totalizando 51,1 milhões.
A receita do segmento de entretenimento subiu 4% para US$ 10,58 bilhões, com aumentos de preços e crescimento de assinantes do Disney+ Core compensando a queda de 7% nas receitas de redes de TV tradicionais. Novos aumentos nos preços do streaming foram anunciados, com a Disney afirmando que não viu perdas significativas de clientes em aumentos anteriores.
A empresa também planeja aprimorar seus recursos tecnológicos nas plataformas de streaming e adicionar canais ao vivo nos próximos meses.
O CEO Bob Iger indicou que a Disney seguirá uma abordagem mais agressiva contra o compartilhamento de senhas, em linha com as medidas da Netflix, para aumentar a lucratividade.
A receita da ESPN cresceu 5%, impulsionada por um aumento de 17% na publicidade doméstica e crescimento das receitas de assinaturas. O mercado publicitário está se recuperando, especialmente no digital e streaming, com a receita operacional da ESPN subindo 4% para US$ 1,09 bilhão.
Johnston, CFO da Disney, afirmou que o mercado de anúncios está “muito saudável e forte”, especialmente devido ao portfólio de esportes ao vivo e serviços de streaming da Disney. Apesar da fraqueza nos parques domésticos, o lucro da divisão de entretenimento triplicou no trimestre.
Enquanto os parques temáticos enfrentam desafios devido à desaceleração da demanda e inflação, a Disney continua investindo pesadamente neles, comprometendo-se a gastar US$ 60 bilhões nos próximos dez anos. Mesmo assim, a empresa ainda não forneceu orientações de longo prazo sobre os parques, esperando que os investimentos se manifestem nos lucros futuros.