O presidente dos EUA, Joe Biden, está pronto para impedir a aquisição da US Steel (NYSE:X) pela Nippon Steel Corp., avaliada em US$ 14,1 bilhões. O acordo está sendo analisado pelo Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), e espera-se que Biden rejeite a proposta assim que ela chegar à sua mesa. A decisão deve ser anunciada ainda nesta semana. O mercado reagiu à notícia, com as ações da US Steel negociadas em Nova Iorque em queda de 26% na hora final de negociação de quarta-feira (4).
A US Steel também é negociada na B3 através da BDR (BOV:USSX34).
A fusão gerou grande polêmica na Pensilvânia, onde a US Steel está sediada, especialmente em um ano eleitoral. Enquanto Biden e Kamala Harris defendem a permanência da empresa sob controle doméstico, Donald Trump, seu oponente republicano, prometeu bloquear o acordo se for eleito. A possibilidade de litígio ainda está presente caso o governo dos EUA intervenha contra a fusão.
Os defensores da Nippon Steel argumentam que os EUA não deveriam rejeitar a oferta de um aliado como o Japão. A fusão poderia fortalecer a empresa contra concorrentes, como a China. Entretanto, o futuro da US Steel permanece incerto, caso a fusão não seja aprovada, com riscos para empregos e operações industriais importantes.
O CEO da US Steel, David Burritt, enfatizou que a empresa precisa dos US$ 3 bilhões prometidos pela Nippon para continuar competitiva. Ele mencionou que a fusão ajudaria a revitalizar fábricas, mantendo empregos e a sede da companhia em Pittsburgh. Em resposta, o United Steelworkers Union opôs-se fortemente ao acordo, apontando que a fusão incluiria um bônus de US$ 70 milhões para Burritt.
A Nippon Steel se comprometeu a não demitir trabalhadores por hora até 2026, além de planejar investir US$ 2,7 bilhões nas plantas da US Steel.
Kamala Harris destacou, em um evento do Dia do Trabalho na segunda-feira, a importância de manter a US Steel sob controle norte-americano. No entanto, Harris não se comprometeu diretamente com o bloqueio do acordo, permitindo ao presidente Biden a palavra final.
O resultado da decisão presidencial é aguardado com ansiedade, e as implicações podem impactar tanto o setor siderúrgico quanto a economia local.