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Cosan: de que maneira o IPO da Moove pode catalisar a criação de valor para os acionistas da controladora

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A Moove, subsidiária de lubrificantes da Cosan, entrou com pedido de oferta pública inicial (IPO, na sigla inglês) nos EUA na última segunda-feira (16). A expectativa do Bradesco BBI é que o IPO seja concluído até o final deste ano ou início do próximo.

O BBI avalia que a controlada da Cosan (BOV:CSAN3) pode oferecer aos investidores uma tese de crescimento e valor atraente, dada a expansão contínua da empresa nos EUA e os pagamentos de dividendos.

Os analistas do banco lembram que a Moove já pagou R$ 900 milhões aos seus acionistas em 2024, o que resultou em um rendimento de 9,4%, e assumindo um payout (porcentagem do lucro que é distribuída aos acionistas como proventos) de 100%, também atingiria um rendimento alto de um dígito no próximo ano.

Para os acionistas da Cosan, o BBI aponta que há um aumento material a ser capturado com o IPO da Moove, uma vez que a empresa está provavelmente subvalorizada dentro das ações da Cosan em sua estrutura.

Neste sentido, em relatório recente, o BTG Pactual destacou que, há pouco mais de um ano, discutiu como as ações da Cosan haviam se tornado difíceis de negociar devido à crescente complexidade e alavancagem do grupo. Apesar dessas dificuldades, o valuation da Cosan não refletia adequadamente a capacidade da holding de criar valor por meio de ciclos de investimento, destacando que isso poderia apresentar um ponto de entrada atraente.

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Desde então, o fraco desempenho das ações da Vale, os resultados um pouco mais fracos do que o esperado da Raízen e um ambiente de taxas de juros menos favorável levaram as ações da CSAN3 a apresentar um desempenho significativamente inferior ao do Ibovespa (-31% desde fevereiro). Para o banco, que não menciona a Moove, os IPOs estão entre as opções à mesa para melhorar a estrutura de capital, reiterando recomendação de compra para CSAN3.

Expectativas pela operação

Os analistas do BBI esperam uma oferta predominantemente primária para a Moove, mas o prospecto não especifica a avaliação ou o tamanho pretendidos da oferta, nem se haverá uma oferta secundária feita pela Cosan (participação de 70%) ou do seu parceiro no ativo, o fundo CVC (participação de 30%).

De acordo com o processo protocolado nos EUA, a Moove, sediada em São Paulo, continuará a ser controlada pela Cosan após a listagem.

Em relação ao uso dos recursos, o prospecto afirma que a Moove pretende usar os recursos para fins gerais, incluindo capital de giro, e pode usar uma parte dos recursos líquidos para adquirir ou investir em negócios, produtos, serviços e tecnologias.

No entanto, os BBI ressalta que a empresa ainda não tem um acordo ou compromisso para qualquer aquisição ou investimento material. Assim, os analistas acreditam que a empresa deve usar os recursos para alavancar seu crescimento, tanto organicamente quanto por meio de fusões e aquisições, com um provável foco na expansão internacional, especialmente nos EUA, onde a empresa adquiriu a Petrochoice por R$ 2,348 bilhões em maio de 2022.

Com relação a avaliação, o BBI projeta um múltiplo de 8 vezes Valor da Firma (EV)/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) esperado para 2025 no IPO, o que implica um desconto de 16% para a empresa americana Quaker (uma espécie de par no setor).

Assim, o valor de mercado é baseado no múltiplo de 8 vezes EV/EBITDA aplicado à estimativa de Ebitda de R$ 1,5 bilhão para 2025, subtraindo a dívida líquida atual de R$ 2,477 bilhões e convertido para dólar pela taxa de câmbio de R$ 5,43.

A oferta da Moove é liderada pelo JPMorgan, Bank of America (BofA), Citigroup, Itau BBA, BTG Pactual e Banco Santander. A empresa planeja que suas ações sejam negociadas na Bolsa de Valores de Nova York sob o ticker MOOV.

Informações Infomoney

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