Ibovespa cai 0,90%, pressionado pelas ações da Petrobras e reagindo à decisão de política monetária do FOMC nos EUA

O Ibovespa encerrou em queda o pregão desta quarta-feira, pressionado pelas ações da Petrobras, e reagindo à decisão de política monetária do Comite Federal de Mercado Aberto (FOMC) nos Estados Unidos, que reduziu a taxa-alvo Fed Funds em 50 pontos-base, em linha com o consenso precificado. Operadores aguardam, agora, a decisão do Comite de Política Monetária (Copom), que será divulgada nesta noite.

O índice Bovespa fechou com queda de 0,90%, aos 133.747 pontos. O volume ficou em R$ 29,2 bilhões, considerado mediano.

Os juros futuros encerraram em alta de até 1,0 ponto-base, em linha com os yields americanos. O dólar futuro operava em queda de 0,51% a R$5,458 em linha com o índice Dólar DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas, e operava ao fim da tarde em queda de 0,04%, aos 100,97 pontos. Em uma cesta de 23 divisas observada pela Mover, o real tinha o melhor desempenho ante o dólar no dia.

No cenário local, as atenções se voltam ao Copom, com decisão a ser divulgada a partir das 18h30. O colegiado deve elevar a taxa básica de juro em 25 pontos-base, a 10,75% ao ano, segundo as expectativas do mercado, em meio a uma taxa de câmbio depreciada em cerca de 1% desde a última reunião, em julho, e indicadores da atividade econômica rodando acima do consenso.

De acordo com economistas consultados pela Mover, o BC deve optar por cautela diante da desancoragem de expectativas inflacionárias e um balanço de dados preocupante desde a última reunião, embora provavelmente não sinalize o ritmo de altas futuras, ou mesmo a extensão do ciclo de aperto monetário.

Tão delicado quanto a decisão de política monetária será o comunicado da reunião e a abertura dos votos—o ex-presidente do BC Henrique Meirelles disse à Capital Aberto que todos estarão de olho no voto e falas posteriores de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula para chefiar a autoridade monetária a partir de 2025.

Na ponta contrária do consenso do mercado, o sócio da Meraki Capital, Rafael Ihara, consolidou-se nas últimas semanas como uma das vozes que advoga pela manutenção da Selic em 10,5%, sob leitura de que o Copom não deveria “cair nessa” pressão do mercado por elevação da taxa. Hoje, na TC News, o economista Andre Perfeito projetou que a Selic subirá 0,25 pbs, mas disse ter opinião pessoal de que a alta não seria necessária.

No âmbito corporativo, relatório do UBS-BB elevou recomendação das ações da Braskem para “compra”, subindo o preço-alvo de R$22 para R$28. Os analistas ressaltaram que as ações têm “downside” limitado, uma vez que a Braskem é negociada em linha com suas mínimas históricas, e a indústria ainda passa pelo ciclo de baixa dos spreads petroquímicos.

A Petrobras, por sua vez, divulgou fato relevante em que negou notícia veiculada pelo Valor de que estaria estudando reduzir preços da gasolina e diesel. Ainda assim, os papéis PN da estatal foram os principais detratores do Ibovespa na sessão.

Os principais índices acionários de Wall Street fecharam em queda, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pontuar que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) não tem “pressa” para aliviar a taxa-alvo Fed Funds, depois de um corte de 50 pontos-base anunciado nesta tarde.

Embora destacando não ver sinais de riscos de recessão na economia norte-americana, e classificando a redução de juros de 50 pontos-base anunciado hoje como “oportuna”, Powell pontuou que o mercado não deve interpretar a magnitude do corte como “novo ritmo” da autoridade monetária, frustrando quem esperava sinalizações de continuidade de cortes mais acentuados.

Os índices Dow Jones, S&P500 e o Nasdaq 100 encerraram em quedas de 0,25%, 0,29% e 0,31%, respectivamente. As Treasuries yields de dois e dez anos avançavam 2,5 pbs, 6,2 pbs a 3,632% e 3,711%, na sequência.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) reduziu os juros em 50 pbs, para o intervalo entre 4,75% e 5,0%, de forma não unânime, e no primeiro alívio monetário desde 2020. A decisão foi em linha com projeções da maior parte do mercado, apesar de apostas amplamente divididas entre essa opção e um corte menor, de 25 pbs, de acordo com derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME).

Em comunicado, o FOMC afirmou ter ganhado “maior confiança” de que a inflação se move sustentavelmente em direção à meta de 2,0%, e julgou que os riscos de se alcançar mandatos de emprego e inflação estão “aproximadamente equilibrados”. O colegiado pontuou estar “atento” a ambos os lados de seu duplo mandato, e ainda adicionou trecho no qual disse estar “fortemente comprometido” com o “emprego máximo”.

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DESTAQUES DO IBOVESPA – (pregão à vista)

• ALTAS IBOVESPA

BRKM5: +4,55% a R$ 19,75
USIM5: +2,79% a R$ 6,26
SMTO3: +2,57% a R$ 26,75
IGTI11: +1,80% a R$ 22,67
RENT3: +1,38% R$ 44,90

• BAIXAS IBOVESPA

AZUL4: -10,56% a R$ 5,59
CMIN3: -8,70% a R$ 6,30
MRFG33: −5,10% a R$ 13,95
JBSS3: −4,22% a R$ 32,69
BEEF3: −4,03% a R$ 6,67

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Braskem (BRKM5)

   A Braskem reiterou que não conduz eventuais negociações de seus acionistas a respeito de suas participações acionárias e esclareceu que não tem conhecimento de que os credores estariam novamente tentando vender a petroquímica. Saiba mais…

   CSN (CSNA3)

   A CSN, a InterCement e a controladora direta da InterCement chegaram a um acordo para prorrogar, até 16 de outubro de 2024, nas mesmas condições que os acordos anteriores, o direito de exclusividade da Companhia para a negociação com relação à potencial aquisição de ações representativas de 100% do capital social da InterCement e, consequentemente, de suas subsidiárias. Saiba mais…

   Depois de obter aval da Justiça para uma reestruturação extrajudicial de dívidas da Intercement que somam R$ 22 bilhões, a Mover, controladora da cimenteira, está desenhando uma solução para fechar a venda do negócio para a CSN, segundo o Broadcast. Saiba mais…

   Eletrobras (ELET3/ELET6)

   A Eletrobras que protocolou no STF pedido no qual solicita, por 90 dias, a prorrogação da Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Pública Federal (CCAF). Saiba mais…

   Gerdau (GGBR3/GGBR4)

   A Gerdau anunciou que sua controlada nos EUA, a Gerdau Ameristeel US Inc., comprou a empresa de operação, processamento e reciclagem de sucata ferrosa Dales Recycling Partnership, por aproximadamente US$ 60 milhões. Saiba mais…

   Grupo Mateus (GMAT3)

   A agência de classificação de risco de crédito Fitch afirmou o Rating Nacional de Longo Prazo do Grupo Mateus de AAA (bra), com perspectiva “estável”. Saiba mais…

   Iguatemi (IGTI11) 

   A Iguatemi concluiu a aquisição da participação no Shopping RioSul pela Combrashop, através da Parshop. Saiba mais…

   Iochpe-Maxion (MYPK3)

   O Conselho de Administração da Iochpe Maxion aprovou a realização da 14ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor total de R$ 750 milhões. Saiba mais…

   Jalles Machado (JALL3) 

   O diretor-presidente da Jalles Machado, Otávio Lage de Siqueira Filho, e o diretor Financeiro, Rodrigo Penna, se reuniram com representantes da Xamano Group, uma multinacional chinesa, e do Governo de Goiás, em Goiânia. Saiba mais…

   Petrobras (PETR3/PETR4)

   A Petrobras assinou dois novos contratos com a TechnipFMC para aquisição de equipamentos submarinos e dutos flexíveis, no valor de aproximadamente R$ 2,9 bilhões. Saiba mais…

   A Petrobras alcançou a marca inédita de um milhão de acionistas individuais na bolsa brasileira. Em cinco anos, houve crescimento de 170% do número de pessoas que possuem ações da companhia. Saiba mais…

   A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse nesta quarta-feira, 18, que a estatal vai buscar renovar plataformas listadas para desmontagem e destinação a fim de reutilizá-las em outros projetos. Isso, afirmou, permitiria alongar a curva de descomissionamentos e reduzir os custos da companhia nesta frente. Saiba mais…

   Vibra Energia (VBBR3)

   A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a consolidação de controle da Vibra Energia na Comerc Energia. O despacho foi publicado no Diário Oficial da União (DOU). Saiba mais…

   WEG (WEGE3)

   A WEG investirá R$ 670 milhões nos próximos cinco anos em expansão de capacidade e verticalização de negócios com transformadores e motores elétricos no Brasil e no México. Saiba mais…

   

   (Com informações da TC Mover e Momento B3)