Ibovespa sobe 0,01%, impulsionado pelos papéis da Petrobras, e o índice acumula queda superior a 10% em 2024

O Ibovespa encerrou em ligeira alta o último pregão do ano, impulsionado pelos papéis ordinários e preferenciais da Petrobras, embora o índice tenha acumulado queda superior a 10% em 2024, na esteira de crise de confiança do mercado com os rumos das contas públicas. A sessão também foi marcada por mais uma atuação do Banco Central no câmbio, com a venda de US$1,815 bilhão em leilão de dólar à vista.

O Ibovespa encerrou em ligeira alta de 0,01%, aos 120.283 pontos. O volume de negócios foi de R$ 17,6 bilhões, abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões. No mês, o Ibovespa acumulou queda de 4,28%, pior desempenho desde janeiro deste ano. Já no ano, o Ibovespa acumulou queda de 10,36%, pior desempenho na base anual desde 2021.

Os juros futuros encerraram a sessão regular em firme alta de até 13,5 pontos-base, com operadores monitorando impasse em torno das emendas parlamentares. Vértices da curva chegaram a testar máximas intradiárias logo após anúncio, pelo BC, de realização de leilão à vista.

“BC soca o dólar, tomam a taxa pré. O Galípolo sabe disso, faz para agradar o chefe (intervenções no câmbio), e vai se colocando em um corner maior ainda”, afirmou o gestor de portfólio Christian Lupinacci em publicação no “X”.

O futuro líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, defendeu em entrevista ao Estadão uma maior intervenção do BC no câmbio e que futuro presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, “fale bem” do governo a operadores de mercado.

“Não vamos interferir em nada. Galípolo já sabe o que tem que fazer. Ele sabe que a questão central agora é conter o câmbio”, afirmou Lindbergh, ao Estadão. “A intervenção do BC no câmbio não é artificial. O que é artificial é o cenário que temos hoje no mercado”, acrescentou.

O dólar futuro operava, ao fim do dia, em queda de 0,32%, cotado a R$6,213, após tocar máxima intradiária, de R$6,277, instantes antes de o BC anunciar leilão à vista da moeda americana, vendendo até US$1,815 bilhão. Considerando apenas intervenções via leilão à vista – iniciadas em 13 de dezembro – o BC vendeu somente este mês mais de US$21,5 bilhões, de acordo com cálculos da Mover.

No ano, o real acumulou queda em torno de 21,5% ante o dólar, pior desempenho em uma cesta de 23 divisas vista pela Mover.

No front político, a Advocacia Geral da União orientou o governo a não pagar R$ 4,2 bilhões em emenda a congressistas, mesmo após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Flavio Dino, que liberou parte dos recursos.

Lula reuniu-se, nesta tarde, com ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidente em exercício do BC, Gabriel Galípolo, que assume a chefia da autoridade monetária em 2025. O BC disse que não está prevista cerimônia oficial de posse.

No noticiário corporativo, Brava destacou-se novamente, com forte volume de negociação, após aval da ANP para operação do FPSO Atlanta, e com retomada das operações em Papa Terra. Ambos eventos eram amplamente esperados por investidores e analistas, e vistos com gatilhos para destravar valor da companhia.

A CEO da Petrobras, Magda Chambriard, disse no programa Canal Livre, da TV Band, que a estatal não pretende “empilhar” dinheiro, e pagará dividendos extraordinários caso sobrem recursos após os investimentos previstos. Ela também voltou a defender a exploração da Margem Equatorial no Amapá, e destacou a antecipação para o fim deste ano de dois FPSOs antes previstos para 2025.

Nos mercados acionários, ao fim da sessão, as principais contribuidoras do Ibovespa foram as PN de Petrobras, ON de Petrobras e ON de BRF, que subiram 1,49%, 1,47% e 2,26%, respectivamente.

Já entre as principais altas do Ibovespa, destacam-se as PN de Azul, ON de Brava e ON de LWSA, que subiram 5,36%, 4,21% e 3,11%, respectivamente.

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Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Brava Energia (BRAV3)

   A Brava Energia informou sobre a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para retomada da produção em Papa-Terra. Saiba mais…

   Embraer (EMBR3)

   A Embraer recebeu pedido firme de seis aeronaves de ataque leve e treinamento avançado A-29 Super Tucano que serão entregues a um cliente não revelado, conforme comunicado da fabricante de aviões. Saiba mais…

   Engie (EGIE3)

   O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a criação de um consórcio entre a companhia elétrica Engie Brasil e o grupo varejista Angeloni para exploração conjunta de um parque de energia eólica na Bahia. Saiba mais…

   MRV&Co (MRVE3)

   A MRV Engenharia anunciou a conclusão da venda do empreendimento Hutto Square, localizado no Texas, EUA. Saiba mais…

   Oi (OIBR3/OIBR4)

   A Oi fechou contrato com IHS Brasil para venda de uma unidade produtiva isolada (UPI) que reúne imóveis e torres. Saiba mais…

   Petrobras (PETR3/PETR4)

   A Petrobras espera concluir no primeiro trimestre de 2025 o segundo Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD) relacionado à margem equatorial. A unidade ficará no Oiapoque, no Amapá, extremo norte do país. Saiba mais…

   A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou na noite do domingo, 29, em entrevista ao programa Canal Livre, na Band News, que a companhia continua tendo lucro depois de “abrasileirar” os preços dos combustíveis.

   São Martinho (SMTO3)

   A São Martinho informou o encerramento do período de moagem de cana-de-açúcar referente à safra 2024/2025. Saiba mais…

   Ser Educacional (SEER3)

   A Ser Educacional informou que ocorreu o encerramento de sua 6ª emissão de 150 mil debêntures simples, não conversíveis em ações, em 2 séries, da espécie quirografária, com valor nominal unitário de R$ 1 mil perfazendo o montante total de R$ 150 milhões na data de emissão, sendo: 90 mil debêntures da 1ª série; e 60 mil debêntures da 2ª série. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)