O dólar à vista fechou em alta moderada diante do real, em mais uma sessão de liquidez reduzida e sem grandes novidades no cenário doméstico ou internacional.
Mais uma vez, o comportamento do câmbio foi ditado pela cautela com o cenário fiscal doméstico e com os riscos externos, como a possibilidade de desaceleração do crescimento da China e uma guerra comercial dos EUA com Europa e China.
O dólar à vista fecha em alta de 0,32%, a R$ 6,1821, após oscilar entre R$ 6,1362 e R$ 6,2002. Na semana, a moeda ficou praticamente estável, com uma queda marginal de 0,18%.
Às 17h15, o dólar futuro para fevereiro subia 0,34%, a R$ 6,2100. Lá fora, o índice DXY recuava 0,43%, para 108,920 pontos. O euro subia 0,39%, a US$ 1,0306. E a libra ganhava 0,41%, a US$ 1,2432.
O que aconteceu com o dólar hoje?
Depois de oscilar entre leves perdas e ganhos desde a abertura, o dólar encerrou a sessão com leve alta. No pano de fundo, seguem as preocupações dos investidores com a dificuldade de redução da dívida pública brasileira e com os riscos externos – como a possibilidade de desaceleração do crescimento da China -, mas o volume reduzido de negócios e o avanço significativo da moeda no final de 2024 mantém o dólar oscilando no mesmo intervalo das últimas duas semanas.
“O que a gente vê agora é acomodação por conta de falta de negócios”, afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Segundo ele, a grande demanda por dólares para pagamentos de dividendos e acertos entre filiais e matrizes de multinacionais ocorreu no último trimestre do ano passado, e isso tira um pouco da pressão para o avanço da moeda americana no momento.
A economista-chefe da gestora Lifetime, Marcela Kawauti, destaca que o pano de fundo macroeconômico para o dólar segue sem alterações desde o final do ano passado, com dúvidas dos investidores tanto em relação a questões domésticas – trajetória da dívida pública, principalmente – quanto em relação ao exterior, que também vem exercendo pressão para a valorização da moeda americana.
“O dólar está carregando incerteza do final do ano passado, principalmente em relação à política fiscal, com aprovação do pacote de contenção de gastos, mas com economia muito menor”, afirmou Kawauti. “Lá fora ambiente externo está bastante desfavorável, acaba puxando o dólar para cima também. Tem a expectativa da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que pode ajudar a moeda americana”, avaliou.
As medidas prometidas por Trump, diz Kawauti, tem potencial inflacionário e podem diminuir o espaço para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) diminuir os juros. “Um novo embate sobre o limite de endividamento do país traria incertezas ao cenário e motivaria a busca dos investidores por segurança, outro elemento que pode fortalecer o dólar.
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