O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 9,580 bilhões no quarto trimestre de 2024, um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período de 2023. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o resultado do banco subiu 0,7%.
O desempenho do banco foi influenciado pela queda nas provisões contra a inadimplência no comparativo anual e também no trimestral. No ano de 2024, o BB teve lucro líquido ajustado de R$ 37,896 bilhões, alta 6,6% ante 2023 e o maior resultado da história.
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O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco foi de 20,8%, queda de 1,7 p.p. em base anual. O BB fechou o trimestre com R$ 2,433 trilhões em ativos, um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. O patrimônio líquido foi a R$ 190,073 bilhões, alta de 9,8% em um ano.
A carteira cresceu 15,3% em um ano, para R$ 1,278 trilhão puxada pelas operações para empresas, que cresceram 18%, seguidas pelas carteiras para o agronegócio, que tiveram alta de 11,9% em um ano.
A inadimplência fechou o ano em 3,3%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, alta 0,4 ponto porcentual em um ano, mas estabilidade em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
A margem financeira, que mede o resultado com operações que rendem juros, foi de R$ 26,791 bilhões, crescimento de 4% em um ano puxada pelas margens com mercado, que subiram 6,9% para R$ 5,996 bilhões.
No trimestre, a receita do banco com serviços foi de R$ 9,192 bilhões, alta de 5,1% em um ano. O número foi impulsionado por linhas como a de administração de fundos, que cresceu 11,5% em um ano e chegou a R$ 2,300 bilhões.
A presidente do BB, Tarciana Medeiros, disse que o equilíbrio entre as carteiras do banco é uma das fortalezas do conglomerado, e que permite uma boa relação entre risco e retorno. “Entregamos pelo segundo ano consecutivo nosso guidance, fruto da qualidade da nossa estratégia e da disciplina na sua execução”, afirmou ela em nota.
A executiva disse que o crescimento do banco continuará equilibrado, com protagonismo em especial nas linhas de crédito consignado, em que o BB é líder. “Continuaremos rigorosos no controle das despesas sem descuidar dos investimentos em tecnologia e pessoas, que são fundamentais para modernização dos nossos negócios”, afirmou.
Os resultados da Banco do Brasil (BOV:BBAS3) referentes às suas operações do quarto trimestre de 2024 foram divulgados no dia 19/02/2025.
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Teleconferência
O Banco do Brasil trabalha com a expectativa de que o risco de crédito na carteira do agronegócio se acomode ao longo de 2025, afirmou a presidente-executiva do banco, Tarciana Medeiros, nesta quinta-feira, chamando a atenção para a previsão de safra recorde no ano.
Os papéis da companhia sediam 2,74%, a R$ 28,09, entre os piores desempenhos do Ibovespa, às 12h (horário de Brasília).
“Com o crescimento previsto para a safra 2025, de safra recorde, (o BB) tende sim a melhorar bastante a qualidade da carteira (do agronegócio)”, afirmou a executiva em coletiva de imprensa e na teleconferência com analistas sobre o balanço divulgado na véspera.
“Continuamos relevantes e próximos desse setor. É uma crise muito pontual”, afirma Geovanne Tobias, vice-presidente de Gestão Financeira e RI. “Acreditamos na capacidade dos agricultores que se endividaram muito que com a safra recorde possam retomar suas operações”, diz Tobias. A CEO destacou que a carteira é de R$ 400 bilhões.
- Aumento de inadimplência no Agro
No quarto trimestre, a carteira do agronegócio voltou a mostrar aumento relevante na inadimplência, com o índice acima de 90 dias chegando a 2,45% em dezembro, de 1,97% em setembro e 0,96% um ano antes.
De acordo com o vice-presidente de controles internos e gestão de riscos, Felipe Prince, o setor continuou afetado pela “advocacia predatória” nas recuperações judiciais, bem como por compressão de margens, principalmente no mercado de soja e milho, concentrado em produtores do Centro-Oeste.
“Essa realidade se manteve”, afirmou.
Medeiro ressaltou, porém, que o BB não observou novos casos relevantes de recuperação judicial no agro e tem conseguido aplacar essa questão. Ela citou que o banco tinha 210 casos no terceiro trimestre e chegou ao quarto trimestre com 270. “Continuamos com trabalho muito forte de orientação”, afirmou.
“Nós vamos distribuir 100% dos recursos equalizados que foram destinados ao Banco do Brasil (no Plano Safra)..Na velocidade de desembolso que está acontecendo, (o banco) já prevê essa entrega”, afirmou.
- Dividendos
O CFO também justificou o anúncio de um intervalo do payout entre 40% e 45%, aprovada pelo conselho de administração do BB, afirmando que o objetivo é dar flexibilidade à gestão do capital do banco, garantindo uma remuneração bastante atrativa para os investidores.
“Nossa intenção é chegar lá no fim do ano e conseguir chegar nos 45%”, afirma Prince.
Ao comentar os guidances do BB, a presidente-executiva afirmou que são uma “bússola”, mas que o banco buscará alcançar a ponta alta dos intervalos.
- Consignado ‘e-social’
O BB também enxerga uma grande oportunidade para avançar no crédito consignado para o setor privado com os planos do governo de criar uma plataforma unificada no e-social para fortalecer as concessões de crédito com desconto em folha de pagamento para os trabalhadores com carteira assinada.
“Queremos crescer acima do mercado nessa frente”, diz a presidente do Banco do Brasil. “Você amplia esse mercado que hoje está muito restrito e basicamente na mão de Santander e Itaú…isso para nós será uma oportunidade enorme” afirmou Tobias, destacando que o banco poderá levar a “expertise” de mais de 20 anos do banco no consignado ao setor público.
A presidente citou a redução do risco sistêmico, uma vez que haveria a migração de usuários do crédito pessoal para crédito consignado privado. A expectativa é de redução de inadimplência, que seria mais barata e mais adequada à capacidade de pagamento. “Eu acredito que, em um segundo semestre, teremos mais visão do que acontecerá nessas duas carteiras”, afirma a CEO.
Prince acrescentou que o banco já tinha planos de crescer no consignado privado, e essa possibilidade da plataforma elimina barreiras de entrada. Medeiros acrescentou que o banco terá uma ideia melhor sobre o volume que irá buscar nesse segmento no próximo trimestre.
Tobias reforçou que o foco na carteira de crédito para a pessoa física vai ser maior do que nos outros portfólios, acrescentando que o banco tem certeza de que crescerá nesse segmento, citando a oportunidade do consignado do e-social.
No guidance para 2025, o BB prevê uma expansão de 5,5% a 9,5% para sua carteira de crédito, que fechou 2024 com um crescimento de 11,7%. Para a pessoa física, calcula um avanço de 7% a 11%.
- ROE
O BB considera que um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) na faixa dos 20% é “extremamente condizente” com a situação macroeconômica do Brasil, com a estrutura de balanço e os negócios em que o banco atua, de acordo com o vice-presidente de gestão financeira.
No quarto trimestre, o ROE caiu para 20,8%, de 21,1% no terceiro trimestre e 22,5% um ano antes. No ano, ficou em 21,4%.
“Nós não queremos o crescimento pelo crescimento apenas. Nós queremos um crescimento com qualidade, preservando essa rentabilidade, mas de uma maneira sustentável, porque senão é uma visão só de curto prazo”, acrescentou Tobias. Conforme acrescentou Prince, a faixa considerada ideal pelo banco é em torno de 20%, sem que haja a busca por números como 30% sem sustentabilidade.
VISÃO DO MERCADO
Mesmo com resultado acima das expectativas do mercado, no pregão desta quinta-feira (20), as ações do Banco do Brasil estão entre as maiores quedas do Ibovespa, recuando 2,60%, por volta das 12h30, sendo negociadas a R$ 28,11.
Nesta quarta-feira (19), antes da divulgação do balanço, as ações já haviam tido um dia negativo e encerrado com queda de 2%. A XP já havia antecipado, em relatório sobre a companhia, um quarto trimestre desafiador para o BB, com crescimento da carteira de empréstimos total próximo ao limite superior da faixa de orientação e alta na inadimplência de empréstimos, impulsionada pela inadimplência no agronegócio.
O banco reportou um lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no quarto trimestre de 2024, representando uma alta de 1,5% em relação a igual período do ano anterior. No ano, o ganho foi de R$ 38 bilhões, 6,6% a mais em comparação a 2023.
No entanto, segundo Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, os papéis da instituição já estavam performando com alta de quase 20% no acumulado desde o início do ano, o que pode fazer com que o resultado divulgado nesta quarta —acima das expectativas — não se reflita em um novo avanço no pregão de hoje.
Larissa Quaresma, analista da Empiricus, avalia que os resultados foram em linha com o esperado pelo consenso do mercado, mas alguns pontos chamaram a atenção, tanto pelo lado negativo quanto pelo positivo, como ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 20,8%.
“Apesar da queda na comparação trimestral e anual, é um bom número”. Outro destaque favorável foram as despesas administrativas, que pressionaram bastante os resultados de outros bancos, mas ficaram comportadas no BB, com alta de 2,7% no ano, abaixo da inflação.
Por outro lado, um ponto de atenção é o índice de cobertura – uma forma de medir o quão conservadora a instituição está em sua visão de inadimplência.
“Esse indicador, que é a razão entre o que foi provisionado no trimestre e o que está em atraso há mais de três meses, ficou em 171,3% no último trimestre de 2024, ante 177,6% no final do terceiro trimestre. Existem situações que justificam uma queda desse índice, como uma carteira curta, mas ainda não vimos essa explicação nos documentos do banco”, pontua a analista.
Segundo Quaresma, o guidance (orientação) dado pelo Banco para 2025 foi bem semelhante ao dos outros bancos que já divulgaram seus resultados.
“Este ano será melhor para o agronegócio, que é um setor muito importante para a instituição. Por isso, a alta prevista para a inadimplência pelo BB para o ano, com provisões associadas ao risco de crédito de instrumentos financeiros entre R$ 38 bilhões a R$ 42 bilhões, nos chamou a atenção. No ano passado, essa provisão somou R$ 35,7 bilhões”, diz.
Os últimos resultados do Banco do Brasil já apresentavam um pouco de deterioração dos resultados, principalmente por conta da carteira agro, diz Alvarenga. Neste balanço, porém essa deterioração veio de forma “mais amenizada”, com resultado mais forte do que o mercado esperava e deterioração inferior às expectativas.
Para o BTG Pactual, dado o desempenho mais fraco no terceiro trimestre de 2024, “a maioria do mercado esperava uma redução do lucro final”, mas o resultado veio acima das expectativas do banco.
“O quarto trimestre foi definitivamente melhor do que se temia, e isso por si só deve ser bem recebido. No entanto, acreditamos que a mensagem para 2025 foi um pouco mais suave, particularmente para uma ação que subiu 20% no ano, com o melhor desempenho entre os bancos tradicionais brasileiros”, diz o relatório do BTG.
Na visão do Itaú BBA, o resultado veio em linha com as expectativas, com crescimento na carteira de empréstimos. No entanto, as pressões sobre a qualidade do crédito persistem: apesar do nível de inadimplência estável em 3,3%, ainda há pontos de preocupação, tendo em vista que a carteira agrícola continuou a se deteriorar (com inadimplência de 2,45%, ante um índice de 1,97% no trimestre anterior e de 0,96% um ano antes), parcialmente compensado por uma redução nos empréstimos de pessoa física e jurídica.