O mercado de ouro segue em ritmo ascendente e tem atraído atenção devido à alta volatilidade política e econômica. O Goldman Sachs (NYSE:GS) revisou para cima sua previsão de preço para o metal precioso, projetando agora US$ 3.100 a onça até o final de 2025, diante da grande demanda dos bancos centrais e de fluxos consideráveis em ETFs lastreados em ouro.
Segundo analistas do Goldman (BOV:GSGI34), o apetite dos bancos centrais deve manter-se elevado, com aquisições estimadas em 50 toneladas mensais, um ritmo superior ao previsto anteriormente. Caso as incertezas persistam até o fim do ano, especialmente relacionadas às políticas comerciais norte-americanas, os preços podem chegar a US$ 3.300 a onça, representando um potencial de ganho de mais de 20%.
Outro fator que impulsiona o metal é o cenário de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, somado à busca por ativos de proteção em meio a tensões geopolíticas. A expectativa é de que os fundos negociados em bolsa (ETFs) mantenham uma tendência de alta em suas participações, ainda que não tenham retornado ao pico observado durante 2020.
Outros bancos e consultorias também atualizaram suas previsões em 2025. Instituições como Citigroup (NYSE:C) (BOV:CTGP34) e UBS (NYSE:UBS) (BOV:UBSG34) projetam o valor da onça próxima de US$ 3.000, enquanto algumas projeções chegam a antever cenários de até US$ 3.400, dependendo da evolução dos conflitos comerciais e do comportamento das economias globais.
Apesar desse sentimento otimista, a relação entre tarifas e preços do ouro é mais complicada do que parece. Historicamente, conforme análises que remontam a 1916, o metal não se beneficiou de tarifas elevadas. Pelo contrário, seu desempenho ajustado pela inflação foi, em média, melhor em ambientes com tarifas mais baixas, segundo estudos que utilizam dados do professor Douglas Irwin, de Dartmouth, e do portal MacroTrends.
É verdade que, nos últimos meses, o ouro ultrapassou a marca de US$ 2.900 e acumula alta de quase 45% em 12 meses, mas atribuir esse rali unicamente ao aumento das taxas de importação pode ser um equívoco, já que há múltiplos fatores em jogo.
Dados históricos alertam que a correlação entre tarifas e preços do ouro pode não ser direta. Antes dos anos 1970, quando o ouro não era totalmente negociado no mercado aberto, prevaleciam “taxas específicas” em vez de alíquotas proporcionais. Isso significa que muitos períodos de alta ou baixa nas tarifas não se refletiram necessariamente no desempenho do metal.
Estatísticos lembram que correlação não implica causalidade, tornando insuficiente qualquer afirmação de que tarifas altas sempre favorecem (ou prejudicam) o ouro.
Embora o Goldman Sachs e outros bancos apontem para uma alta que pode levar o metal a patamares acima de US$ 3.000 em 2025, tarifas não são o único motor dessa escalada. Para completar, o World Gold Council destaca que a demanda global pelo metal cresceu de forma constante, refletida no aumento das reservas de países asiáticos e europeus.
Combinando as políticas agressivas de comércio dos EUA com a disposição de bancos centrais em ampliar suas reservas, analistas acreditam que o ouro seguirá sua trajetória de valorização ao longo de 2025.
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