Ouro superou US$ 3.000 pela primeira vez na sexta-feira

O preço do ouro (PM:XAUUSD) alcançou pela primeira vez a marca histórica de US$ 3.000 por onça na sexta-feira, 14 de março de 2025. A incerteza global aumenta a procura por segurança financeira, com as incertezas econômicas e políticas globais atuais reforçando seu status como refúgio seguro.

A alta inédita é uma resposta direta à ansiedade dos investidores diante diversos fatores, incluindo políticas comerciais agressivas adotadas pelos Estados Unidos sob a gestão do presidente Donald Trump, o conflito prolongado na Ucrânia, a procura de proteção contra a inflação e possível desaceleração econômica global.

As previsões do Federal Reserve dos EUA, que apontam possíveis novos cortes nas taxas de juros em 2025, pressionaram o dólar e reforçou ainda mais a preferência pelo ouro. Somente em 2025, o ouro já acumula ganhos de aproximadamente 14%, após uma valorização de 27% em 2024.

Projeções de bancos e instituições financeiras são favoráveis de que o ciclo de alta do metal precioso está longe do fim. O Goldman Sachs (NYSE:GS) (BOV:GSGI34) elevou sua previsão para US$ 3.100 até o final de 2025, enquanto o BNP Paribas (EU:BNB) aumentou sua projeção em 8% para uma média anual de US$ 2.990, podendo atingir até US$ 3.100 no segundo trimestre do ano. O preço do ouro em US$ 3.100 representaria um ganho de 17,4% em 2025.

O banco Macquarie é ainda mais otimista e acredita que, diante do déficit fiscal dos EUA, o preço poderá desafiar a marca dos US$ 3.500. O Saxo Bank mantém uma previsão em torno de US$ 3.300 até o fim do ano. O banco ANZ adotou uma projeção mais moderada do preço em US$ 3.050 para 2025.

A demanda por fundos de investimento em ouro cresceu por meio de ETFs. O SPDR Gold Trust (AMEX:GLD), maior fundo negociado em bolsa lastreado em ouro, registrou no mês anterior seu maior nível de reservas desde agosto de 2023.

Bancos centrais ao redor do mundo também continuaram aumentando suas reservas de ouro como forma de proteção. Em 2024, as compras desses bancos superaram pelo terceiro ano seguido 1.000 toneladas, e a China retomou aquisições após uma breve pausa.