O Ibovespa fechou em firme queda nesta sexta-feira, com apenas três papéis encerrando no positivo, em sessão amplamente negativa para os mercados acionários globais, que foram pressionados pela forte aversão a risco no mundo, após a China anunciar retaliação aos Estados Unidos pela manhã.
A China aprovou tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos americanos, aumentando temores de uma recessão. Também nos EUA, chair do Federal Reserve, Jerome Powell, pregou cautela por ambiente de “incerteza”, e disse ver risco de inflação mais persistente por tarifas.
O Índice Bovespa encerrou com recuo de 2,96%, aos 127.256 Pontos, com ações do Carrefour Brasil como destaque de alta, após melhora na oferta do Carrefour para tirar empresa da bolsa. Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 3,52%. O volume foi de R$ 31,6 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões, de R$16,1 bilhões.
Os vértices ao longo da curva de juros encerraram em queda de até 14 pontos-base. Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em alta de 3,54%, cotado a R$5,862. O índice Dólar DXY avançava 1,06%, aos 103,01 pontos.
Com agenda econômica esvaziada no Brasil, e a onda de pessimismo global, o Ibovespa não escapou do movimento de queda visto no mundo hoje. As novas tarifas retaliatórias dos chineses sobre produtos americanos, a partir de 10 de abril, além de ameaças retaliatórias pela União Europeia e outros parceiros comerciais dos EUA pesaram sobre o sentimento do investidor.
Os índices acionários de Wall Street, por exemplo, tiveram pior desempenho semanal em mais de cinco anos, enquanto o Nasdaq adentrou território de “bear market”. As Treasuries yields de dez anos passaram a operar em patamar abaixo de 4%, no menor nível desde outubro, enquanto os futuros do brent para entrega em junho rodavam em patamares não vistos desde agosto de 2021.
Entretanto, o mercado local se distanciou das quedas semanais mais acentuadas dos índices globais, beneficiado, por ora, visão de que o Brasil pode ganhar com movimento de rotação global, favorecido pelo “carry trade”. Curva de juros também já reprecificou o nível terminal da Selic, sob viés de que o Banco Central deve encontrar espaço para encerrar o ciclo de aperto monetário antes do esperado. A curva já precifica ao menos um corte de juro ao fim de 2025.
Entre operadores, a modelagem do Banco Central para a projeção da inflação ao consumidor ganha relevância no atual momento, em razão da queda significativa das commodities. Apresentada no Relatório de Política Monetária, a projeção para o IPCA ao fim do 4T26 – que passará a ser horizonte relevante a partir de maio – estava em 3,7%, acima do centro da meta de inflação. Porém, de acordo com o contribuidor do TC, Alex Martins, a depreciação do Brent vista somente ontem já contribui para uma redução da projeção para o IPCA a 3,4%.
“A modelagem está levando a inflação para a meta. Por isso estão pressionando para baixo os DIs. O vértice para 2027 foi o que mais caiu ontem, e o que mais tem espaço para fechar. Corre risco de termos uma inflação abaixo da meta em 2027”, disse Martins.
Para o CIO do TC, Pedro Albuquerque, o Banco Central não deve elevar mais as taxas de juros no Brasil a partir da próxima reunião, em maio, mantendo a Selic no nível atual de 14,25% e decretando o encerramento do ciclo de aperto monetário.
No âmbito corporativo, PRIO que divulgou dados operacionais abaixo do esperado, afetados negativamente pela substituição de compressor reformado em Albacora Leste, concluída no final do mês, e pela parada de poço em Polvo, retomado no meio do mês. A PRIO produziu 104,8 mil bpd em março, recuo de 3,5% ante fevereiro.
O Carrefour Brasil aprovou melhora na relação de troca de oferta do Carrefour para fechar o capital da empresa, elevando valor ofertado aos acionistas para R$8,50, de R$7,70 antes, após pressão de investidores minoritários.
Ao fim da sessão, as principais detratoras da sessão foram as ON da Vale, as PN da Petrobras e do Itaú, que recuaram 3,99%, 4,03% e 2,60%, respectivamente.
Os papéis ON da Brava, da Vamos e da Petroreconcavo, lideraram entre as quedas percentuais, cedendo 12,92%, 9,92% e 8,60%, na mesma ordem.
Na ponta positiva, destaque para as ON do Carrefour, da Minerva e as Units da Klabin, que avançaram 10,77%, 0,15% e 0,05%, nesta ordem.
Nos mercados de commodities, futuros do petróleo Brent para entrega em junho recuavam ao fim do dia 5,23%, a US$66,47 por barril, caminhando para menor fechamento desde agosto de 2021, depois que a China reagiu com tarifas em resposta à enxurrada de impostos de Trump, nesta semana.
Os contratos futuros do minério de ferro no mercado de Dalian ficaram sem referência nesta sexta-feira por conta de um feriado na China; em Singapura, os futuros recuavam 1,50%, cotados a US$100,35, por preocupações com a economia global e exportações da China após tarifas.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
01/04/2025 | 0,68% | 131.147,29 | R$ 24,7 bilhões |
02/04/2025 | 0,03% | 131.190 | R$ 17,0 bilhões |
03/04/2025 | -0,04% | 131.140,65 | R$ 28 bilhões |
04/04/2025 | -2,96% | 127.256,00 | R$ 31,6 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
AgroGalaxy (AGXY3)
Acionistas das AgroGalaxy Participações, companhia em recuperação judicial, reunidos em assembleia aprovaram o grupamento da totalidade das ações ordinárias na proporção de 15 ações para 1 ação, sem modificação do capital social. Saiba mais…
Carrefour (CRFB3)
O Carrefour melhorou a relação de troca de ações no âmbito de sua proposta para fechar o capital da unidade brasileira, elevando o valor que pagaria por papel de R$ 7,70 para R$ 8,50. Saiba mais…
Eletrobras (ELET3/ELET5/ELET6)
A Eletrobras informou que SEC (a CVM dos EUA) decidiu não abrir uma ação contra a companhia por causa de empréstimos compulsórios e litígios. O órgão havia solicitado informações referentes à investigação sobre essas questões. Saiba mais…
Embraer (EMBR3)
A Embraer e a Denel, empresa sul-africana que atua no setor aeroespacial e de defesa, assinaram oficialmente um Memorando de Entendimento (MoU) para uma potencial colaboração no KC-390 Millennium, com foco na fabricação de aeroestruturas, manutenção, reparo e atividades de revisão. A assinatura ocorreu durante a LAAD Defence and Security no Brasil. Saiba mais…
Magazine Luiza (MGLU3)
O Magazine Luiza vai emitir R$ 1 bilhão em debêntures, em série única, com prazo de cinco anos. Saiba mais…
Prio (PRIO3)
A PRIO registrou uma produção de 104,8 mil barris de petróleo equivalentes diários (boepd) em março deste ano, o que representa um recuo de 3,5% em relação ao mês de fevereiro, quando produziu 108,6 mil boepd. Saiba mais…
Reag (REAG3)
A Reag Investimentos anunciou que a B3 aprovou a listagem de uma unidade da companhia focada em gestão de instalações de eventos, Reeve, no segmento de mais alto nível de governança corporativa, o Novo Mercado. Saiba mais…
Santos Brasil (STBP3)
A Santos Brasil informou que a CMA Terminals fará uma oferta pública (OPA) para aquisição da totalidade das ações da companhia ou 47,55% do capital. Saiba mais…
Syn (SYNE3)
A Syn informou que, junto com sua subsidiária Montana, cedeu ao Bradesco os direitos de recebimento da última parcela da venda de participação nos shoppings para o fundo imobiliário XP Malls, prevista para dezembro de 2025. Saiba mais…
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