O Goldman Sachs rebaixou a recomendação da Usiminas de compra para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 8,40 para R$ 5,20, o que implica ainda em um potencial de valorização de 23%. Às 10h10 (horário de Brasília) desta quarta-feira (16), as ações caíam 5,24%, a R$ 3,98.
Mesmo com os ganhos recentes no preço das ações e da lucratividade, o banco acredita que a siderúrgica ainda enfrenta desafios cíclicos e estruturais significativos, principalmente devido às exportações chinesas de aço elevadas e competitivas em 2025, além da necessidade de execução contínua de investimentos em capital acima da depreciação para melhorar a eficiência e a competitividade estrutural.
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O Goldman Sachs destacou que os ganhos de competitividade da Usiminas (BOV:USIM5) ficaram aquém do esperado, mesmo após investimentos significativos em capex. A tese otimista da instituição se baseava na expectativa de ganhos de eficiência decorrentes da reforma do alto-forno principal realizada em 2019 — um investimento equivalente a 22% do valor de mercado da companhia na época.
No entanto, os resultados observados foram muito menos relevantes do que o previsto, o que, segundo o banco, se deve em parte ao baixo nível de integração em carvão coqueificável próprio (cerca de 30%) e à forte concorrência com volumes importados, principalmente da China, que acabou anulando a melhora de margens.
Na avaliação de analistas, a Usiminas provavelmente precisará realizar novos investimentos relevantes para melhorar sua competitividade, como a construção de plantas de carvão de coque, estimadas entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões (cerca de 40% do valor de mercado atual).
Contudo, a instituição acredita que o mercado não verá esses investimentos com bons olhos, considerando o nível deprimido de lucros da empresa — as margens de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) por tonelada do segmento de aço no acumulado dos 12 meses até o 1T25 estão cerca de 30% abaixo da média dos últimos 10 anos. A Usiminas continua operando com desvantagem de custo em relação aos pares, com Ebitda por tonelada cerca de 40% inferior à média dos concorrentes no período de 2025 a 2027.
Além disso, o Goldman ressalta que a demanda por aço no Brasil provavelmente está em seu pico e que as importações seguem elevadas. Embora o consumo esteja acima dos níveis normalizados, há riscos de desaceleração à frente, em razão dos efeitos defasados da política monetária restritiva.
A equipe macroeconômica do banco projeta que o crescimento do PIB brasileiro desacelere para 1,5% a 2,5% no terceiro e quarto trimestres de 2025, e para 1,6% em 2026, ante 3,5% no primeiro trimestre deste ano. Ao mesmo tempo, as importações — principalmente da China — devem continuar elevadas em 2025, limitando o potencial de alta nos preços domésticos. O sistema de cotas foi renovado em 27 de maio de 2025 com critérios semelhantes aos anteriores e, na visão do Goldman Sachs, seguirá sendo insuficiente para conter práticas de dumping, restringindo o espaço para reajustes de preços no mercado de aço brasileiro.
Entre as empresas de cobertura no segmento, o banco mantém preferência pela Gerdau, com recomendação de compra, destacando que a exposição da companhia aos Estados Unidos compensa a pressão sobre as margens no Brasil.
informações Infomoney
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