O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira em queda, pressionado por notícias recentes que indicam a possibilidade de os Estados Unidos declararem emergência para justificar a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros já na próxima semana. Segundo a Bloomberg, essa medida está em preparação pelo governo Trump, enquanto a Globo reportou que a Casa Branca acredita que o Brasil “não se engajou seriamente” nas negociações comerciais.
O índice fechou com baixa de 0,21%, aos 133.524 pontos, destoando do desempenho dos mercados americanos, onde o S&P 500 atingiu novas máximas. No balanço semanal, o Ibovespa acumulou uma leve alta de 0,11%. O volume financeiro negociado hoje ficou em R$ 10,5 bilhões, abaixo da média dos últimos 50 dias úteis, que é de R$ 15,7 bilhões.
Na curva de juros, os principais pontos fecharam em alta, chegando a subir até 4 pontos-base, em contraste com o movimento das Treasuries nos EUA, que recuaram. O dólar futuro também teve alta de 0,66%, cotado a R$ 5,567, acompanhando a valorização do índice Dólar DXY, que subiu 0,16%, aos 97,67 pontos.
De acordo com a Bloomberg, o governo americano vê como necessária a declaração de emergência para viabilizar a aplicação da tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, justificando que a situação do Brasil difere de outros países afetados por tarifas recíprocas, especialmente por registrar déficit comercial com os EUA. Essa preparação reflete a busca da administração Trump por respaldo legal para impor suas ameaças tarifárias cada vez mais amplas — um movimento que também demonstra apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A alíquota, caso implementada, deve valer a partir de 1º de agosto.
Esse cenário tensionou o mercado, levando dólar e juros futuros a atingirem máximas intradiárias, já pressionados pela proximidade do fim do prazo para as negociações, marcado para a próxima sexta-feira.
No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que Donald Trump foi induzido a acreditar na “mentira” de que Bolsonaro estaria sendo perseguido e afirmou que teria esclarecido a situação do ex-presidente caso o republicano tivesse entrado em contato. Lula também afirmou que o Brasil seguirá com a regulação das big techs, independentemente da posição dos EUA.
Por outro lado, fontes da Casa Branca informaram à GloboNews que os Estados Unidos consideram que o Brasil “não se engajou seriamente” nas negociações e “não apresentou ofertas significativas” para um acordo comercial.
No campo dos indicadores econômicos, o IPCA-15, que mede a inflação, registrou alta de 0,33% em julho, acima da expectativa do mercado de 0,3%, acelerando em relação aos 0,26% de junho. No acumulado do ano, o índice subiu 3,40%, e nos últimos 12 meses, 5,30%, superando os 5,27% registrados nos 12 meses anteriores.
Após a divulgação do IPCA-15, o Bank of America revisou para baixo suas projeções de inflação para os próximos anos, apontando 5,0% para 2025 (ante 5,4%), 4,0% para 2026 (contra 4,5%) e 3,5% para 2027 (abaixo dos 4,0% anteriores). O banco justificou a revisão pela desaceleração nos preços de alimentos, serviços e bens industriais.
No entanto, a tarifa de energia teve o maior impacto no IPCA-15 de julho, devido à bandeira vermelha na conta de luz. Para agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica informou que haverá novo aumento, com a ativação da bandeira vermelha patamar 2 — o nível mais caro do sistema tarifário.
No âmbito corporativo, os investidores reagiram aos resultados da Multiplan, divulgados ontem, e da Usiminas, anunciados hoje pela manhã. Também chamaram atenção a prévia operacional da Raízen e a mudança na liderança da YDUQS, com o diretor financeiro Rossano Marques assumindo como novo presidente, enquanto o ex-CEO Eduardo Parente passará para o conselho.
Entre as ações que mais pressionaram o Ibovespa, destacaram-se as ON da Vale (-1,47%), da Sabesp (-1,39%) e as PN do Bradesco (-0,77%). Também caíram as ON da Yduqs (-4,69%), da Natura (-2,55%) e da CSN Mineração (-2,27%).
Na outra ponta, se destacaram em alta as ON da Vibra (+3,39%), da Ultrapar (+2,54%) e da Fleury (+2,33%).
No mercado internacional, o petróleo Brent recuou 1,14%, cotado a US$ 68,39 o barril — atingindo a mínima em três semanas —, refletindo preocupações com dados econômicos negativos dos EUA e da China, além da expectativa de aumento da oferta, como a autorização dos EUA para que a Chevron produza na Venezuela. Apesar disso, as perdas foram limitadas pelo otimismo de que acordos comerciais possam impulsionar a economia global e a demanda por petróleo.
Já o minério de ferro viu seus contratos futuros caírem 1,11% na última madrugada em Dalian, devido ao aumento dos estoques nos portos e à fraqueza da produção global de aço, fatores que pressionam os preços.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
01/07/2025 | 0,50% | 139.549,43 | R$ 17 bilhões |
02/07/2025 | -0,36% | 139.050,93 | R$ 24,0 bilhões |
03/07/2025 | 1,35% | 140.927,86 | R$ 16,4 bilhões |
04/07/2025 | 0,24% | 141.263,56 | R$ 8,9 bilhões |
07/07/2025 | -1,26% | 139.489,70 | R$ 17,0 bilhões |
08/07/2025 | -0,13% | 139.302,85 | R$ 18,4 bilhões |
09/07/2025 | -1,31% | 137.480,79 | R$ 22,2 bilhões |
10/07/2025 | -0,54% | 136.743,26 | R$ 26,2 bilhões |
11/07/2025 | -0,41% | 136.187,31 | R$ 19,3 bilhões |
14/07/2025 | -0,65% | 135.298,99 | R$ 18,7 bilhões |
15/07/2025 | -0,04% | 135.250,10 | R$ 18,1 bilhões |
16/07/2025 | 0,19% | 135.510,99 | R$ 20,4 bilhões |
17/07/2025 | 0,04% | 135.564,74 | R$ 17,8 bilhões |
18/07/2025 | -1,61% | 133.381,58 | R$ 26,1 bilhões |
21/07/2025 | 0,59% | 134.166,72 | R$ 17,5 bilhões |
22/07/2025 | -0,10% | 134.035,72 | R$ 18,1 bilhões |
23/07/2025 | 0,99% | 135.368,27 | R$ 16,5 bilhões |
24/07/2025 | -1,15% | 133.807,59 | R$ 15,6 bilhões |
25/07/2025 | -0,21% | 133.524,18 | R$ 14 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Azul (AZUL4)
A Azul obteve a aprovação final da Justiça dos Estados Unidos para um financiamento de US$ 1,6 bilhão no modelo “devedor em posse” (DIP). Saiba mais…
Multiplan (MULT3)
A Multiplan, que administra uma rede de 20 shopping centers, registrou lucro líquido de R$ 264,3 milhões no segundo trimestre de 2025. O valor representa uma queda de 6,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Saiba mais…
Neoenergia (NEOE3)
A Neoenergia se manifestou sobre uma matéria do site Brazil Journal em 23 de julho. A matéria reporta rumores no mercado que a Iberdrola poderá fazer uma oferta pelas ações que ainda não tem na Neoenergia.
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras solicitou sua entrada como terceira interessada no processo de análise do acordo que envolve a possível aquisição das ações da NSP — subsidiária da Novonor — pelo empresário Nelson Tanure. Saiba mais…
Raízen (RAIZ4)
A Raízen divulgou que processou 24,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no primeiro trimestre da safra 2025/2026 — volume inferior ao registrado no mesmo período da safra anterior, quando a moagem alcançou 30,9 milhões de toneladas. Saiba mais…
Sabesp (SBSP3)
A Sabesp informou que sua subsidiária integral, Sabesp Lux S.à r.l, precificou, a oferta de blue sênior unsecured notes (Blue Bonds) no volume total de US$ 500 milhões, garantidos pela Sabesp. Saiba mais…
Telefônica Brasil (VIVT3)
A Telefônica Brasil, controladora da Vivo, aprovou o cancelamento de 34,7 milhões de ações ordinárias que estavam mantidas em tesouraria. Esse volume representa 1,07% do capital social da companhia. Saiba mais…
Usiminas (USIM5)
A siderúrgica Usiminas registrou um lucro líquido de R$ 128 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), revertendo o prejuízo de R$ 100 milhões registrado no mesmo período de 2024. O resultado superou a expectativa do consenso LSEG, que projetava um lucro de R$ 86,57 milhões. Saiba mais…
Yduqs Participações (YDUQ3)
A Yduqs anuncia uma reorganização estratégica em sua liderança executiva. Saiba mais…
(Com informações da TCMover e Momento B3)
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