Azul pede mais tempo e flexibilidade na Justiça dos EUA para avançar em recuperação judicial

Companhia aérea busca estender prazos, renegociar contratos e reforçar capacidade de financiamento no Chapter 11 norte-americano, em meio ao desafio de reorganizar frota e dívidas

A Azul (BOV:AZUL4), uma das maiores companhias aéreas do Brasil, participou de audiência na Corte de Falências do Distrito do Sul de Nova York para discutir pontos cruciais de seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11). A empresa apresentou uma série de petições que visam garantir mais tempo e flexibilidade para adequar sua estrutura de custos e contratos ao novo plano de negócios.

Entre os pedidos, estão a prorrogação do prazo de exclusividade para apresentação e votação do plano de reorganização, a extensão do prazo para assumir ou rejeitar contratos de arrendamento de aeronaves e motores, além da aprovação de novos procedimentos de análise e reconciliação de créditos. A Azul também busca proteger informações confidenciais e viabilizar contratos de financiamento com parceiros estratégicos, fortalecendo sua capacidade de investimento no setor.

Esse movimento ocorre em um momento em que o setor aéreo brasileiro enfrenta custos elevados com combustível e câmbio, além de um cenário de forte concorrência. A Azul, em particular, tenta se reposicionar no mercado, alinhando frota e obrigações financeiras ao plano de negócios desenhado para garantir sua sobrevivência e recuperação de competitividade na bolsa de valores.

Apesar da complexidade, a companhia reforça que as medidas propostas são essenciais para otimizar a gestão de dívidas e garantir previsibilidade às negociações com stakeholders. Segundo representantes da Azul, a estratégia também é fundamental para preservar valor aos acionistas e assegurar operações sem interrupções no Brasil.

No pregão de sexta-feira (19/09), as ações da Azul (AZUL4) encerraram estáveis, cotadas a R$1,36, sem variação em relação ao fechamento anterior. O papel segue pressionado pela volatilidade do setor e pela incerteza quanto à velocidade da reestruturação financeira. Investidores acompanham de perto os desdobramentos da audiência, que podem ser determinantes para o desempenho futuro do ativo.

Fundada em 2008, a Azul Linhas Aéreas atua no setor de aviação comercial, sendo a companhia com maior número de destinos atendidos no Brasil. Suas principais concorrentes na bolsa de valores incluem a Gol (BOV:GOLL4) e a Latam, que também enfrentam desafios financeiros e operacionais.

Para os investidores, o desenrolar do processo de Chapter 11 será determinante para entender o futuro das ações AZUL4.

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