Dólar cai com reunião do Fed e dados do varejo em destaque; euro se fortalece

O dólar americano caiu para uma mínima de dois meses na terça-feira, enquanto os investidores se posicionavam antes da próxima decisão política do Federal Reserve e da divulgação dos dados de vendas no varejo de agosto.

Às 05h25 (horário de Brasília), o Índice do Dólar, que mede a força da moeda americana em comparação com seis principais moedas, caiu 0,2%, para 96,727, seu nível mais fraco desde julho.

Dólar começa semana no “lado suave”

Os mercados esperam que o Fed reduza as taxas de juros em 25 pontos-base ao concluir sua reunião na quarta-feira, após relatórios recentes mostrarem fraqueza contínua no mercado de trabalho dos EUA e a inflação em agosto subindo menos do que o previsto.

“O dólar começou a semana fraco”, disseram analistas do ING. “Isso pode envolver, em parte, algum pré-posicionamento antes do corte de juros do Fed amanhã à noite. Mas também será consequência do ambiente externo favorável.”

De acordo com o CME FedWatch, os investidores veem uma probabilidade de 96,4% de um corte de 25 pontos-base e uma chance de 3,6% de uma redução maior, de 50 pontos-base. Os investidores também estão de olho nas vendas no varejo, buscando indicações da força do consumidor americano em meio à incerteza da política comercial criada pelo governo Trump.

“A divulgação de hoje dos dados de preços de importação será examinada de perto para determinar quem está absorvendo o custo das tarifas. Os exportadores para os EUA estão reduzindo seus preços ou as empresas americanas estão absorvendo os custos por meio de margens ou repassando-os aos consumidores?”, acrescentou o ING.

Euro ganha terreno

O par EUR/USD subiu 0,3%, para 1,1794, à frente dos dados de sentimento econômico do ZEW alemão para setembro.

“Estes índices podem subir devido ao ambiente positivo das ações observado neste verão, mas parece improvável que isso mova o mercado”, observou o ING. “O par EUR/USD está bem próximo da resistência em 1,1800/1830 agora. O gatilho mais provável para um rompimento seria o Fed amanhã à noite – mas vamos ver se isso acontece antes.”

O par GBP/USD subiu 0,2%, para 1,3630, atingindo a máxima em dois meses em relação ao dólar. Dados divulgados anteriormente mostraram que o desemprego no Reino Unido permaneceu em um pico próximo a quatro anos, de 4,7%, no trimestre encerrado em julho, enquanto o crescimento salarial, excluindo bônus, desacelerou para 4,8% no trimestre encerrado em junho.

A expectativa geral é que o Banco da Inglaterra mantenha as taxas estáveis ​​na quinta-feira, após cinco cortes no ano passado.

“Ainda estamos ligeiramente a favor de um corte de juros em novembro, mas um aumento surpreendente na inflação amanhã (que não seja impulsionado por categorias voláteis) provavelmente mudaria nossa opinião sobre isso”, acrescentou o ING.

Iene se fortalece antes do BOJ

O par USD/JPY caiu 0,5%, para 146,73, com a recuperação do iene após um feriado prolongado. O Banco do Japão se reúne na sexta-feira e espera-se que mantenha as taxas de juros próximas a 0,5%, embora a inflação persistente possa levar a um aumento já em outubro, aguardando os dados de inflação ao consumidor de agosto.

O par USD/CNY recuou 0,1%, para 7,1147, impulsionado pela promessa de Pequim de medidas adicionais de estímulo, incluindo “círculos de 15 minutos para uma vida mais confortável” para apoiar o consumo doméstico.

Os fracos resultados econômicos de agosto ressaltam a pressão contínua sobre a economia chinesa, enquanto as negociações comerciais em andamento entre EUA e China, particularmente sobre semicondutores, continuam sendo um fator de mercado.

AUD/USD subiu ligeiramente, 0,1%, para 0,6671, aproximando-se do pico de 10 meses.

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