Gemini Space Station perde força após IPO e investidores questionam avaliação

As ações da Gemini Space Station (NASDAQ:GEMI), corretora de criptomoedas fundada por Cameron e Tyler Winklevoss, subiam 0,2% durante o pré-mercado de quarta-feira, 17 de setembro de 2025, após fecharem em baixa de 13,5% na véspera, a um preço de US$ 28,13. Desde o IPO na última sexta-feira, os papéis já acumulam queda de quase 24%, eliminando boa parte do entusiasmo inicial.

No IPO, a empresa levantou US$ 425 milhões ao precificar suas ações em US$ 28, alcançando valor de mercado de US$ 3,3 bilhões. Os papéis dispararam para US$ 45,89 na estreia, antes de encerrar a sessão em US$ 32, um ganho de 14% sobre o preço de oferta.

O rali inicial, porém, foi de curta duração. Desde o pico do primeiro dia, preocupações cresceram com os fundamentos da empresa. Investidores demonstram cautela diante de números financeiros que ainda não justificam a valorização obtida.

A Gemini reportou prejuízo líquido de US$ 283 milhões no primeiro semestre de 2025, quase o dobro das perdas registradas em 2024, que somaram US$ 159 milhões.

O analista Ed Engel, da Compass Point, destacou que a GEMI é negociada a 26 vezes sua receita anualizada do primeiro semestre, contra média de 3,2 vezes para empresas semelhantes e 4 vezes para o setor em geral. Para ele, esse prêmio parece excessivo frente às incertezas atuais.

Engel calculou preço justo de US$ 32,52 por ação, sugerindo que o papel está supervalorizado nos níveis atuais. Segundo ele, sem sinais concretos de expansão de receita ou melhoria de margens, será difícil justificar múltiplos tão altos em um mercado competitivo.

Enquanto a GEMI enfrenta pressão, o restante do setor mostrou desempenho mais equilibrado. A Coinbase (NASDAQ:COIN) subiu 1,3% na semana e 6,9% no mês, mesmo após resultados trimestrais abaixo das estimativas.

A Circle (NYSE:CRCL) avançou 12,3% na semana, enquanto a Robinhood (NASDAQ:HOOD) caiu 3,6% na semana, apesar de superar previsões de receita com US$ 989 milhões.

Os analistas veem as dificuldades da Gemini mais ligadas à sua própria estrutura financeira do que a fatores externos. A empresa, criada como corretora regulada para competir com a Coinbase, agora precisa provar que pode transformar a visibilidade conquistada no IPO em crescimento sustentável.

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