
O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE registrou nova deterioração em dezembro, ao recuar 1,2 ponto e encerrar o mês em 91,4 pontos. Esse é o menor patamar do indicador desde maio de 2021, quando marcou 87,4 pontos. Na média móvel trimestral, o índice também apresentou queda, de 0,3 ponto, sinalizando a persistência de um ambiente desafiador para o setor ao longo do ano.
“A melhora observada em novembro não se sustentou. Ao longo de todo o ano, o setor não conseguiu engatar duas melhoras consecutivas da confiança setorial, e assim, o indicador alcançou em dezembro o pior patamar desde 2021. O que isso revela? Que a despeito da alta dos investimentos estimados para a infraestrutura, do elevado volume de contratações feitas pelo Programa Minha Casa Minha Vida, as dificuldades de encontrar trabalhadores e o aumento dos custos afetaram sobremaneira o ambiente de negócios das empresas. No último mês do ano, o Índice de Expectativas teve piora, mas o percentual que aponta alta da demanda nos próximos meses se mantém acima do percentual de queda, o que significa que para 2026, a percepção dominante é de continuidade desse ambiente de mercado de trabalho pressionado”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
O desempenho negativo do ICST em dezembro refletiu a piora tanto do Índice de Situação Atual (ISA-CST) quanto do Índice de Expectativas (IE-CST). O ISA-CST caiu 1,3 ponto, para 91,2 pontos, atingindo o menor nível desde julho de 2021. Já o IE-CST recuou 1,2 ponto, encerrando o mês em 91,8 pontos, indicando maior cautela das empresas em relação ao futuro próximo.
Dentro do ISA-CST, os dois componentes apresentaram retração. O indicador que mede a situação atual dos negócios diminuiu 1,8 ponto, para 91,1 pontos, enquanto o indicador de volume da carteira de contratos caiu 0,7 ponto, alcançando 91,4 pontos. Esses números sugerem enfraquecimento tanto das condições correntes quanto do nível de encomendas do setor.
No campo das expectativas, o indicador de demanda prevista para os próximos três meses recuou 1,9 ponto, para 92,6 pontos. O indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses também apresentou queda, de 0,4 ponto, fechando dezembro em 91,0 pontos, o que reforça a percepção de um cenário ainda pressionado para o início de 2026.
Em contrapartida, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da Construção avançou 0,9 ponto percentual, atingindo 78,5%. O NUCI de Mão de Obra subiu 0,9 ponto percentual, para 79,8%, enquanto o NUCI de Máquinas e Equipamentos aumentou 0,6 ponto percentual, alcançando 73,6%, indicando maior uso da capacidade produtiva apesar da queda na confiança.
Por se tratar de um indicador setorial, o recuo do ICST tende a influenciar a percepção dos investidores sobre empresas ligadas à construção civil, infraestrutura e segmentos correlatos na bolsa de valores brasileira. Um ambiente de confiança mais fraco pode aumentar a seletividade do mercado em relação a ações do setor, além de impactar expectativas sobre investimentos, câmbio e juros, especialmente em um contexto de custos elevados e mercado de trabalho pressionado.
(fgv)
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