Inadimplência do crédito avança em agosto e pressiona famílias e empresas

A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre subiu de 5,2% em julho para 5,4% em agosto, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira. Entre pessoas físicas, o índice passou de 6,5% para 6,8%, enquanto nas empresas permaneceu em 3,3%.

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No crédito direcionado, que utiliza recursos da poupança e do BNDES, a inadimplência aumentou de 1,8% em julho para 2,0% em agosto. Considerando o crédito total, que engloba tanto o livre quanto o direcionado, a taxa avançou de 3,8% para 3,9%.

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,5% entre julho e agosto, alcançando R$ 6,757 trilhões, o que representa uma alta de 10,1% nos últimos 12 meses. Para pessoas físicas, houve avanço de 0,7% no mês e 11,0% em 12 meses. Já para empresas, o aumento foi mais tímido: 0,2% em agosto e 8,7% no acumulado anual.

Dentro do crédito livre, o saldo geral cresceu 0,3% em agosto. Para pessoas físicas, a expansão foi de 0,6%, enquanto o crédito para empresas registrou leve retração de 0,1%. Já o crédito direcionado avançou 0,8% no mês, sustentado por linhas de financiamento com recursos do BNDES e da poupança.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o total de operações de crédito apresentou ligeira queda, passando de 54,5% em julho para 54,4% em agosto.

Esse aumento da inadimplência sugere pressão sobre famílias e empresas em meio a custos de crédito ainda elevados, podendo refletir em maior cautela por parte das instituições financeiras e em ajustes na demanda de crédito nos próximos meses. Para o mercado de ações, câmbio e títulos, os dados reforçam o debate sobre a sustentabilidade do consumo interno e a capacidade de expansão do crédito como motor de crescimento econômico.

No contexto atual do mercado financeiro, a elevação da inadimplência ganha relevância, já que ocorre em paralelo a um estoque recorde de crédito. Isso cria um ambiente de atenção para investidores e agentes econômicos, que devem acompanhar os próximos dados de endividamento para avaliar possíveis impactos sobre ativos brasileiros.

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