As bolsas de valores da Europa encerraram a terça-feira (02/09) em forte baixa, pressionadas pela disparada dos rendimentos dos títulos públicos da região, que atingiram os maiores níveis em anos. O DAX (DBI:DAX) liderou as perdas do dia, enquanto o CAC 40 (EU:PX1) registrou a menor queda entre os principais índices. O dado mais aguardado foi o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, que trouxe aceleração na inflação, reforçando a cautela dos investidores diante da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Reino Unido:
No Reino Unido, o rendimento do Gilt de 30 anos alcançou a máxima desde 1998, pressionando as expectativas fiscais e aumentando a percepção de que o governo poderá elevar impostos no orçamento de outono. O FTSE 100 (LSE:UKX) recuou 0,87%. Os mercados de câmbio e juros locais costumam reagir com maior volatilidade em cenários de alta nos rendimentos, uma vez que elevam os custos de financiamento e impactam a confiança do investidor.
Zona do Euro:
O CPI da zona do euro acelerou para 2,1% em agosto, acima da Projeção de 2,0% e também acima do resultado Anterior de 2%. O dado reforçou a visão de que o BCE deve manter as taxas de juros inalteradas em setembro e nos próximos meses, embora o dirigente Gediminas Simkus tenha sugerido que cortes de 25 pontos-base possam ser discutidos em outubro ou dezembro. O Euronext 100 (EU:N100) terminou em queda, refletindo a pressão dos rendimentos.
Alemanha:
O Bund alemão de 30 anos atingiu o maior patamar desde 2011, em meio a preocupações fiscais que se somaram à leitura de inflação da região. Esse movimento levou o DAX (DBI:DAX) a uma queda de 2,21%, a mais intensa entre os principais índices europeus. A alta nos rendimentos agrava a dinâmica da dívida pública e tende a pressionar o custo de capital das empresas listadas na bolsa de valores.
França:
Na França, o OAT francês de 30 anos avançou para a máxima desde 2009, sinalizando pressão adicional sobre o custo da dívida soberana. O CAC 40 (EU:PX1) fechou em baixa de 0,70%, movimento mais contido em relação aos demais mercados. A volatilidade cambial e no mercado de juros reforça a percepção de risco entre investidores franceses.
Itália:
O destaque corporativo do dia foi o Banca Monte dei Paschi di Siena (BIT:BMPS), que elevou sua proposta de aquisição pelo Mediobanca (BIT:MB), incluindo até 750 milhões de euros em dinheiro. Apesar disso, as ações de ambos os bancos caíram fortemente, e o FTSE MIB (BITI:FTSEMIB) encerrou o pregão com recuo de 1,61%. O mercado italiano refletiu tanto a incerteza do setor bancário quanto o impacto dos rendimentos em alta.
Portugal:
Em Lisboa, o PSI 20 (EU:PSI20) caiu 1,71%. O desempenho do índice refletiu a aversão ao risco nos mercados da periferia da zona do euro, que são mais sensíveis ao aumento dos custos de financiamento e ao movimento dos juros soberanos.
Holanda:
O índice AEX (EU:AEX), da bolsa de valores de Amsterdã, também fechou no vermelho, acompanhando a pressão generalizada. O impacto da inflação da zona do euro e o avanço dos rendimentos atingiram especialmente empresas de tecnologia listadas no mercado local, que sofrem mais com a elevação da taxa de desconto nos fluxos de caixa futuros.
Mercado Cambial Europeu:
No câmbio, o euro (FX:EURUSD) oscilou em queda contra o dólar norte-americano (FX:USDBRL), refletindo a percepção de que os juros nos Estados Unidos (Fed) permanecerão em patamares elevados por mais tempo. A libra esterlina (FX:GBPUSD) também recuou frente ao dólar, pressionada pelo movimento dos rendimentos britânicos. Já na paridade euro/libra (FX:EURGBP), houve leve avanço da moeda comum.
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