Investidores buscam proteção em meio às discussões sobre tributação

Os índices de renda fixa apresentaram desempenho positivo em setembro, com destaque para os papéis com isenção fiscal. O IDA-IPCA Infraestrutura, que acompanha debêntures incentivadas, foi o grande vencedor do mês, ao registrar valorização de 2,33%.

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“A crescente discussão sobre a tributação de ativos isentos, como as debêntures, tem atraído atenção dos investidores e do mercado. É natural que os papéis atualmente isentos se destaquem nesse cenário”, afirma Marcelo Cidade, nosso economista.

Enquanto isso, o IDA-IPCA Ex-infraestrutura, que reflete as debêntures sem incentivo fiscal, subiu 1,45%, e o IDA-DI, composto por debêntures indexadas à taxa DI, avançou 1,19%. No consolidado, os títulos que compõem o IDA (Índice de Debêntures ANBIMA) fecharam o mês com alta de 1,44%.

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No campo dos títulos públicos, o IRF-M 1+, que espelha papéis prefixados com vencimento superior a um ano, liderou os ganhos com 1,29%. Em seguida, o IMA-S, que acompanha as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) atreladas à taxa básica de juros, subiu 1,24%.

“Papéis atrelados a juros altos e prefixados longos também se mantêm atraentes para grande parte dos investidores, especialmente diante das maiores chances de queda dos juros para o final deste ano”, comenta Cidade.

Já entre os títulos indexados à inflação, o IMA-B 5, que reflete NTN-Bs com vencimento de até cinco anos, avançou 0,66%, enquanto o IMA-B 5+, com prazo superior, registrou alta de 0,44%. No geral, o IMA (Índice de Mercados ANBIMA), carteira de títulos públicos marcados a mercado, encerrou setembro com rentabilidade de 1,05%.

O movimento recente reflete o interesse crescente por ativos de renda fixa em um ambiente de incertezas fiscais e expectativas de redução da taxa Selic. O destaque das debêntures incentivadas sugere que os investidores estão buscando refúgio em instrumentos isentos, especialmente diante das discussões sobre uma possível revisão tributária no mercado de capitais.

No contexto atual, a notícia reforça a atratividade dos títulos de renda fixa como alternativa de diversificação para carteiras que buscam equilíbrio entre rentabilidade e segurança, sobretudo em meio a um ciclo de juros ainda elevado e a um debate cada vez mais intenso sobre incentivos fiscais e estrutura tributária no Brasil.

(anbima)

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