Ouro se mantém próximo de US$ 4.000 enquanto tensões políticas globais impulsionam compras em locais seguros

Os preços do ouro permaneceram próximos de máximas históricas nas negociações asiáticas na terça-feira (7), enquanto investidores buscavam segurança no metal precioso em meio à crescente instabilidade política nas principais economias, incluindo Estados Unidos, Japão e França.

As crescentes expectativas de novos cortes nas taxas de juros dos EUA também impulsionaram o sentimento, enquanto novos dados mostrando a continuidade das compras de ouro pelo Banco Popular da China (PBOC) deram ainda mais suporte. Os investidores agora estão atentos aos comentários das autoridades do Federal Reserve (Fed) no final desta semana em busca de sinais sobre a política monetária futura.

O ouro à vista subiu 0,4%, para US$ 3.974,57 a onça, após atingir a máxima da sessão de US$ 3.977,45, enquanto os futuros de dezembro avançaram 0,6%, para US$ 3.998,12, tendo tocado brevemente US$ 4.000,05 no início do dia.

Agitação política aumenta demanda por ouro

A incerteza na política global foi um catalisador fundamental para a recente recuperação. Nos EUA, uma paralisação prolongada do governo e o impasse contínuo no Congresso aumentaram as preocupações dos investidores quanto à estabilidade fiscal.

Na França, os mercados foram abalados pela repentina renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, que foi rapidamente incumbido pelo presidente Emmanuel Macron de formar um novo governo. A turbulência intensificou as especulações sobre uma eleição parlamentar antecipada, com a extrema direita e a extrema esquerda reivindicando um novo mandato.

Enquanto isso, no Japão, Sanae Takaichi, uma conhecida defensora do estímulo fiscal, foi eleita líder do Partido Liberal Democrata, o que a colocou em posição de se tornar a primeira mulher primeira-ministra do país. As ações japonesas se recuperaram com a notícia, mas o iene se desvalorizou e os preços dos títulos caíram, com os investidores questionando como ela financiaria seus gastos expansivos e suas propostas de redução de impostos.

A onda de incerteza política nos mercados desenvolvidos fortaleceu o papel do ouro como um ativo de refúgio seguro, atraindo uma demanda renovada de investidores que buscam estabilidade.

Metais preciosos e industriais avançam

Outros metais preciosos também ganharam terreno após as máximas recentes. A platina à vista subiu 0,5%, para US$ 1.632,51 a onça, e a prata à vista subiu 0,1%, para US$ 48,56 a onça.

No segmento de metais industriais, o cobre estendeu sua alta. Os contratos futuros de cobre na Bolsa de Metais de Londres (LME) subiram 0,7%, para US$ 10.724,65 por tonelada, enquanto o cobre na COMEX avançou 0,8%, para US$ 5,0820 por libra.

O metal encontrou suporte adicional depois que a Freeport-McMoRan (NYSE:FCX) não ofereceu um cronograma para a retomada da produção na mina de Grasberg, na Indonésia, uma das maiores jazidas de cobre do mundo, que permanece fechada após um acidente fatal no início de setembro.

China amplia sua onda de compras de ouro

Dados oficiais mostraram que o Banco Popular da China continuou a aumentar suas reservas de ouro em setembro, marcando o 11º mês consecutivo de acumulação. As reservas do banco central subiram para 74,06 milhões de onças troy finas, em comparação com 74,02 milhões em agosto.

O valor das reservas de ouro da China também subiu acentuadamente com a alta dos preços do ouro em barras. As compras em andamento reforçam os esforços de Pequim para diversificar suas reservas cambiais, afastando-as do dólar americano e dos ativos do Tesouro, em um cenário de tensões nas relações EUA-China e de mudanças na dinâmica do comércio global.

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