Ouro se recupera à medida que as tensões geopolíticas aumentam a demanda por refúgio seguro

Os preços do ouro subiram na quinta-feira nas negociações asiáticas, recuperando parte de suas perdas acentuadas do início da semana, à medida que novas tensões geopolíticas — particularmente entre os EUA e a China — impulsionaram a demanda por ativos de refúgio antes dos principais dados de inflação dos EUA.

O ouro à vista subia 0,9%, para US$ 4.137,40 a onça, às 03h15 (horário de Brasília), enquanto os futuros do ouro nos EUA avançavam 2%, para US$ 4.144,89. O metal havia despencado mais de 5% na terça-feira e recuou ainda mais na quarta-feira, atingindo a mínima de duas semanas de US$ 4.003,39 a onça.

O declínio no início da semana ocorreu quando os investidores garantiram lucros nas máximas recentes, encorajados pelo otimismo de que as relações comerciais entre Washington e Pequim estavam se estabilizando.

A tensão comercial renovada impulsiona as compras

O sentimento mudou drasticamente depois que uma reportagem da Reuters revelou que o governo Trump estava considerando novas restrições à exportação de uma ampla gama de produtos baseados em software com destino à China. A medida é vista como uma resposta às recentes restrições impostas por Pequim às exportações de terras raras.

O medo de uma nova escalada no conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo levou os investidores de volta ao ouro.

Enquanto isso, riscos geopolíticos adicionais advinham de novas sanções ocidentais contra a Rosneft e a Lukoil. Washington impôs novas medidas relacionadas à Ucrânia contra as gigantes petrolíferas russas, e a União Europeia aprovou seu 19º pacote de sanções, que inclui a proibição das importações de GNL russo e a inclusão de mais petroleiros em sua “frota paralela”.

Dados do IPC agora em foco

O próximo catalisador importante para o ouro provavelmente será o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA para setembro, que será divulgado na sexta-feira após ter sido adiado pela paralisação prolongada do governo.

Os mercados estão de olho nos dados em busca de pistas sobre as perspectivas de política monetária do Federal Reserve (Fed) antes da reunião da próxima semana. As expectativas de novos cortes nas taxas de juros neste ano ajudaram a limitar a desvalorização do ouro, já que taxas mais baixas normalmente aumentam o apelo de ativos sem rendimento, como o ouro.

Prata lidera recuperação mais ampla dos metais

A alta do ouro foi refletida em outros metais preciosos e básicos, impulsionada pela relativa estabilidade do dólar americano. Os contratos futuros de prata subiram 2%, para US$ 48,632 a onça, enquanto a platina avançou 1%, para US$ 1.593,60 a onça.

No lado industrial, os futuros de cobre de referência na Bolsa de Metais de Londres subiram 0,4%, para US$ 10.712,20 por tonelada métrica, e os futuros de cobre dos EUA aumentaram 0,4%, para US$ 5,03 por libra.

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